O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou, na última segunda-feira, 21 de outubro de 2023, que implementará tarifas de até 3.521% sobre importações de painéis solares provenientes de quatro países do Sudeste Asiático: Camboja, Tailândia, Malásia e Vietnã. A decisão é uma resposta a alegações de que empresas ligadas à China estariam se beneficiando de subsídios ilegais e praticando dumping no mercado norte-americano.
A medida segue uma investigação iniciada há um ano, a pedido de fabricantes americanos como Hanwha Qcells e First Solar, que afirmam que produtores chineses têm transferido suas operações para países na região para evitar tarifas já aplicadas, ao mesmo tempo em que mantêm práticas comerciais desleais.
As tarifas variam conforme o país e a colaboração das empresas durante a investigação. O Camboja enfrentará a maior alíquota de 3.521% por não ter cooperado com as autoridades norte-americanas. A empresa Jinko Solar, que produz na Malásia, será taxada em pouco mais de 41%, enquanto a Trina Solar, com operações na Tailândia, terá uma tarifa de 375%.
Em 2023, os Estados Unidos importaram quase US$ 12 bilhões em equipamentos solares desses quatro países, segundo dados do Censo americano. Esses novos tributos se somarão às tarifas já vigentes desde a administração de Donald Trump, que estabeleceu alíquotas de até 145% sobre produtos chineses.
A Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC) está prevista para tomar a decisão final sobre as tarifas em junho de 2024.
A American Alliance for Solar Manufacturing Trade Committee, que apoiou a abertura da investigação, comemorou o anúncio. Tim Brightbill, advogado do grupo, destacou que esta é uma “vitória decisiva para a indústria americana”, afirmando que as empresas chinesas estavam burilando o sistema.
No entanto, também surgem preocupações sobre o impacto das tarifas nos custos dos produtos, que podem encarecer equipamentos solares para empresas e consumidores americanos. O anúncio ocorre logo após uma visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Vietnã, Malásia e Camboja, em um esforço por fortalecer alianças regionais em meio a tensões com os Estados Unidos.
(Fonte: BBC e The Guardian)