A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que a Petrobras não cumpriu a determinação de desocupar completamente a plataforma PCH-1, que sofreu um incêndio no campo de Cherne, localizado na Bacia de Campos, resultando em diversos feridos. O comunicado da ANP, disponível em seu site, destacou que a desocupação era necessária devido à falta de garantias de que novos acidentes não ocorreriam a partir das degradações causadas pela explosão e pelo incêndio.
A ANP reforçou a importância de proteger a vida humana como prioridade. Apesar de ter recebido notificações para desocupar a plataforma até as 15h do dia 22, conforme estabelecido pela ANP, a Petrobras não finalizou a retirada das pessoas até essa data. Um dia depois, a ANP constatou o descumprimento e deu um novo prazo, agora até as 11h do dia 23, solicitando que a empresa providenciasse contingências para a falta de iluminação de emergência, preservando a navegabilidade da unidade.
Na quinta-feira, uma fonte próximo às discussões relatou à Reuters que a plataforma ainda não estava totalmente desocupada, indicando preocupações com a possibilidade de interrupção na iluminação. A Petrobras, quando questionada, não respondeu prontamente, porém, havia informado anteriormente que a segurança na unidade estava supostamente mantida.
A ANP afirmou que está revisando a resposta da Petrobras sobre a desocupação e que, até o momento, não foram aplicadas multas. O incêndio resultou em 17 feridos, sendo três deles em estado grave. Localizada a cerca de 130 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, a plataforma PCH-1 não realiza a produção de petróleo desde 2020.
A ANP declarou que, embora a plataforma esteja inativa em relação à produção, ainda se encontrava em operação, recebendo gás natural de outra unidade para geração de energia. A ANP também destacou a falta de evidências sobre o funcionamento e a integridade dos sistemas críticos de segurança, além da inexistência de comunicação eficaz entre a PCH-1 e o meio externo.
Por outro lado, a Petrobras informou que cinco dos feridos estavam internados em observação, em estado estável, com um paciente na UTI. A empresa ressaltou que estava prestando assistência a todos os afetados e monitorando a evolução do quadro de saúde. Apesar das contestações sobre a situação de segurança, a Petrobras garantiu que os críticos sistemas de segurança a bordo, como detectores de gases e de incêndio, foram testados após o incidente, e informou sobre a presença da Comissão de Investigação do Acidente na plataforma.