Com o avanço da digitalização financeira, os criptoativos vêm conquistando cada vez mais espaço no Brasil. Entre os mais conhecidos estão o Bitcoin e as stablecoins, como USDT e USDC.
Apesar de ambos serem ativos digitais, suas características e aplicações são bastante distintas, e compreender essas diferenças é essencial para quem deseja investir ou realizar transações seguras.
Volatilidade e estabilidade: principais diferenças
Segundo Cleverson Pereira, head educacional da OnilX, empresa brasileira especializada na conversão entre ativos digitais e moeda nacional, a distinção mais relevante entre Bitcoin e stablecoins está na volatilidade.
“O Bitcoin é um ativo de alta flutuação, com variações de preço significativas em curtos períodos. Já as stablecoins têm como proposta justamente a estabilidade”, explica Pereira.
Criado em 2009, o Bitcoin foi a primeira criptomoeda a ganhar notoriedade global. Seu preço é determinado exclusivamente pela oferta e demanda do mercado, sem vínculo com moedas tradicionais, como o real ou o dólar. Essa característica torna o ativo interessante para investidores de longo prazo, mas menos adequado para transações diárias.
Por outro lado, as stablecoins surgiram em 2014 e são atreladas a ativos reais, geralmente ao dólar. Por meio de reservas equivalentes, mantêm paridade com essas moedas, garantindo maior previsibilidade.
“A lógica é simples: 1 USDT equivale, com poucas variações, a 1 dólar. Isso faz dessas moedas uma alternativa prática para remessas internacionais, proteção contra inflação e movimentações financeiras mais previsíveis”, detalha Pereira.
Perfil de investimento e usos práticos
O especialista reforça que o Bitcoin é mais indicado para perfis arrojados e quem busca valorização no longo prazo, semelhante a investimentos em ações ou ouro.
Já as stablecoins oferecem segurança e previsibilidade, sendo úteis para pagamentos do dia a dia, remessas internacionais ou proteção em momentos de instabilidade cambial.
Crescimento do uso de criptoativos
Dados da Anbima apontam que os brasileiros vêm diversificando o uso das criptomoedas:
- Compra de imóveis: 28%
- Aplicações financeiras: 19%
- Aquisição de veículos: 15%
- Aposentadoria: 14,3%
- Investimento em negócios próprios: 10,8%
“Para quem busca segurança e estabilidade em um mercado ainda dinâmico, as stablecoins têm se mostrado alternativas mais indicadas”, conclui Cleverson Pereira.