Com investimento inicial de até R$ 135 mil, as microfranquias têm atraído cada vez mais empreendedores interessados em abrir o próprio negócio com menor risco financeiro. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o modelo vem se consolidando como uma das principais portas de entrada no mercado de franquias no país.
Apesar do custo reduzido, especialistas alertam que o sucesso de uma microfranquia depende de planejamento, dedicação e boa gestão. De acordo com Thiago Lupatini, mentor especializado em franchising e fundador do grupo Food Club, o investimento menor não garante retorno fácil.
“O investimento reduzido não significa facilidade. O que diferencia as redes que prosperam é o equilíbrio entre uma marca sólida, suporte efetivo da franqueadora e dedicação do franqueado à operação”, explica Lupatini.
Planejamento é chave para o sucesso
Segundo o especialista, antes de firmar contrato, o empreendedor deve analisar cuidadosamente o ponto comercial e o perfil do público-alvo. A escolha equivocada da localização pode comprometer a viabilidade do negócio.
“Não adianta buscar um ponto com aluguel baixo se o fluxo de clientes for insuficiente para sustentar o faturamento”, afirma.
Outro aspecto essencial é avaliar o suporte oferecido pela franqueadora. Lupatini destaca que o franqueado, especialmente o iniciante, precisa de treinamento, acompanhamento e orientação constante, principalmente nos primeiros meses de operação.
Gestão e adaptação local são diferenciais
O especialista também recomenda atenção à gestão de múltiplas unidades. Com o avanço de modelos autônomos — como lavanderias e mercados automatizados —, muitos empreendedores tentam expandir rapidamente, o que pode ser arriscado sem controle adequado.
“Cada ponto tem um comportamento de consumo diferente. Tratar várias lojas como renda extra é caminho certo para o fracasso”, alerta.
Além disso, adaptar o mix de produtos e serviços ao perfil local é fundamental. “Nem sempre o que funciona em um bairro se repete no outro. Entender as preferências regionais aumenta as chances de sucesso”, afirma Lupatini.
Trabalho diário continua essencial
Embora o formato de franquias ofereça estrutura e processos testados, o resultado financeiro depende diretamente da atuação do franqueado.
“Vender, acompanhar o desempenho e cuidar do atendimento continuam sendo funções essenciais. É o franqueado quem garante o caixa saudável e o crescimento do negócio”, conclui o mentor.



















