A partir de hoje, 3 de março de 2025, o Pix por aproximação começou a operar no Brasil, trazendo uma nova forma de realizar pagamentos instantâneos sem a necessidade de abrir o aplicativo do banco. Desenvolvida pelo Banco Central do Brasil (BCB), a funcionalidade utiliza a Tecnologia NFC (Near Field Communication) e promete transações ainda mais rápidas, mas já desperta preocupações com a segurança dos usuários. Inicialmente, o recurso está disponível apenas para dispositivos Android, integrados ao Google Pay, deixando os usuários de iPhone fora dessa fase de lançamento.
Como funciona o Pix por aproximação
O novo método permite que o pagamento seja feito apenas aproximando o celular de uma maquininha compatível, sem digitar chaves Pix ou escanear QR Codes. Segundo o Banco Central, a tecnologia segue os padrões de segurança do sistema Pix, mas depende de configurações específicas no dispositivo e na conta bancária do usuário.
Aspecto | Detalhes |
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Disponibilidade | Apenas Android via Google Pay (iOS ainda sem suporte) |
Tecnologia | NFC (comunicação por campo de proximidade) |
Limite por transação | Configurável pelo usuário, com teto máximo definido pelo banco |
Autenticação | Opcional (biometria ou senha, dependendo da configuração) |
Riscos e alertas de especialistas
Apesar da praticidade, a novidade reacende debates sobre segurança digital. Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em Direito Digital e presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP), alerta para os riscos de golpes semelhantes aos já vistos com cartões por aproximação, como cobranças indevidas e fraudes com valores manipulados.
“O Pix já é muito fácil de ser feito, mas será que precisa ser ainda mais simples? Talvez seja mais seguro manter a exigência de digitar uma chave ou CNPJ, evitando riscos desnecessários”, questiona Francisco Gomes Júnior em entrevista exclusiva.
Dados do BCB mostram que, desde o lançamento do Pix em 2020, mais de 70% das transações bancárias no Brasil já utilizam o sistema, com um volume de R$ 1,3 trilhão movimentado mensalmente em 2024. A introdução do Pix por aproximação pode ampliar esse alcance, mas também atrair criminosos. Um relatório da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de 2024 revelou que fraudes digitais cresceram 15% no último ano, com destaque para ataques envolvendo engenharia social e clonagem de dispositivos.
Medidas de segurança recomendadas
Para proteger os usuários, especialistas sugerem práticas simples que podem minimizar os riscos. Veja as principais recomendações em tabela:
Medida | Descrição |
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Configurar limites | Definir valores máximos para transações por aproximação |
Ativar autenticação | Usar biometria ou senha para validar cada pagamento |
Desativar NFC | Desligar o recurso no celular quando não estiver em uso |
Conferir transações | Verificar valores e destinatários antes de aproximar o dispositivo |
Monitorar extrato | Checar regularmente o histórico bancário para identificar irregularidades |
Contexto e impacto no mercado
O Pix por aproximação chega em um momento em que o Brasil lidera a adoção de pagamentos instantâneos na América Latina, com mais de 140 milhões de usuários cadastrados, segundo o BCB. A funcionalidade pode competir diretamente com cartões de crédito e débito por aproximação, que representamcerca de 25% das transações presenciais, de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços).
No entanto, a exclusividade inicial para Android levanta questões sobre acessibilidade. Dados da StatCounter indicam que o sistema operacional do Google domina 85% do mercado brasileiro de smartphones, enquanto o iOS (Apple) fica com 14%. Usuários de iPhone terão que aguardar uma futura integração com o Apple Pay, ainda sem data confirmada pelo BCB.
O que esperar
O Pix por aproximação tem potencial para revolucionar ainda mais o varejo e o dia a dia dos brasileiros, mas sua adoção segura dependerá de educação financeira e ajustes técnicos. Para mais detalhes sobre a funcionalidade e dicas de proteção, acesse o site oficial do Banco Central: https://www.bcb.gov.br/meubc/faqs/p/pix-por-aproximacao.