A recente decisão do governo norte-americano de aplicar tarifas de até 125% sobre produtos chineses, em meio a uma trégua temporária na guerra comercial entre Washington e Pequim, tem redesenhado o cenário econômico global.
O Brasil, tradicional parceiro comercial da China, surge como um dos países com maior potencial para preencher as lacunas deixadas pelos produtos americanos no mercado chinês.
Exportações do agronegócio ganham protagonismo
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, a saída de fornecedores norte-americanos pode abrir espaço para o crescimento das exportações brasileiras, particularmente de carne de frango, suína e bovina.
O país, segundo o governo, reúne atributos como escala produtiva, qualidade, competitividade e status sanitário reconhecido internacionalmente.
Comércio com a China pode superar US$ 200 bilhões
Projeções econômicas apontam que o comércio bilateral entre Brasil e China poderá ultrapassar a marca de US$ 200 bilhões nos próximos anos, impulsionado por um redirecionamento das compras chinesas e pelo fortalecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
Em contrapartida, a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos pode recuar, pressionada por tarifas e pelo aumento da polarização econômica internacional.
Preparação e qualificação são desafios para empresários
Especialistas alertam, no entanto, que o ambiente favorável também exige preparo por parte das empresas brasileiras.
A internacionalização de produtos demanda não apenas capacidade de produção e logística, mas também domínio de idiomas e familiaridade com práticas comerciais globais. Para empresários, o domínio do inglês já não é mais um diferencial, mas um requisito básico para acesso a novos mercados.
Competitividade nacional em risco com maior presença de produtos chineses
Além disso, há preocupação com o aumento da entrada de produtos chineses no Brasil, o que pode pressionar a indústria nacional. Nesse sentido, o desafio será equilibrar a ampliação das exportações com a adoção de mecanismos que preservem a competitividade interna.
Oportunidade estratégica até 2025
Com a trégua tarifária entre Estados Unidos e China válida até agosto de 2025, o cenário ainda é instável.
Entretanto, analistas consideram que o momento exige ação estratégica, planejamento e agilidade das empresas brasileiras que pretendem se inserir ou fortalecer sua presença no comércio internacional.