Às vésperas das festas de fim de ano, quando o pagamento do 13º salário e as compras natalinas reforçam o movimento do comércio, um alerta chama a atenção de especialistas: falhas na identificação de consumidores no ambiente digital podem estar provocando prejuízos significativos ao varejo.
A nova edição do Unico Intelligence Report 2025: Anatomia dos Pagamentos Negados indica que nove em cada dez pagamentos negados no e-commerce são feitos por clientes legítimos, barrados não por falta de crédito ou tentativas de fraude, mas por erros nos sistemas de autenticação.
A pesquisa, realizada em parceria com a Opinion Box, mostra que 86% dos entrevistados relataram pelo menos uma negativa de pagamento em compras digitais com cartão de crédito nos últimos seis meses. Entre esses casos, 90% envolviam consumidores reais, e não transações suspeitas. O levantamento também indica que o problema afeta compras de diferentes faixas de preço: 57% das negativas ocorreram em pedidos de até R$ 300.
Segundo estimativas baseadas em dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), o Comércio eletrônico no país pode perder entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões por ano em pagamentos negados em transações com cartão não presente.
Impacto em um dos períodos mais fortes do varejo
A situação preocupa especialmente neste período do ano, quando diversas categorias — como moda, eletrônicos, supermercados, perfumaria e brinquedos — concentram parcela relevante de seu faturamento. Para o varejo, garantir segurança nas transações sem causar atritos ao consumidor tem se mostrado um desafio.
De acordo com a Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (Abiacom), o momento exige reforço na autenticação digital. Para a entidade, perdas decorrentes de fraudes se somam a prejuízos causados por sistemas que não conseguem validar adequadamente a identidade do comprador.
Debate sobre novos modelos de autenticação
Especialistas apontam que o setor ainda tem espaço para avançar na adoção de ferramentas capazes de reconhecer o consumidor de maneira eficiente. Para eles, a dependência exclusiva de filtros antifraude baseados no comportamento do cartão acaba restringindo também transações legítimas.
O relatório indica que 97% dos consumidores aceitariam refazer o processo de pagamento se a verificação de identidade fosse simples e rápida. O levantamento também sugere uma mudança de comportamento: 44% dos entrevistados declararam confiar mais em biometria de dispositivos móveis do que em senhas tradicionais.
Para especialistas ouvidos no estudo, o avanço de tecnologias de verificação de identidade poderia reduzir perdas e melhorar a experiência de compra. Segundo eles, a priorização de processos mais precisos e menos invasivos tende a aumentar a conversão de vendas e fortalecer a confiança dos consumidores no ambiente digital.
A necessidade de modernização
O relatório conclui que, para reduzir perdas financeiras e oferecer uma jornada de compra mais fluida, o varejo brasileiro deve modernizar seus sistemas de autenticação. A adoção de ferramentas mais eficientes de verificação de identidade é apontada como caminho para equilibrar segurança e experiência do usuário, especialmente em períodos de grande volume de compras online.



















