O Banco Central anunciou o terceiro aumento consecutivo da taxa Selic, que agora chega a 14,25%, o maior valor desde 2016.
A medida tem como principal objetivo conter a inflação, que tem pressionado o poder de compra dos brasileiros. No entanto, especialistas alertam para os efeitos adversos dessa alta, especialmente em setores econômicos cruciais, como a construção civil.
Desafios para o setor da construção civil
Segundo Rubens Campos, CEO da Espaço Smart, uma das principais construtechs da América Latina, o setor de construção civil enfrentará desafios ainda mais intensos até o final de 2025.
“Desde o final de 2024, temos lidado com dificuldades relacionadas à escassez de mão de obra e ao alto custo dos materiais de construção. Com o aumento da Selic, a tendência é que a demanda por imóveis e novas construções diminua. Isso ocorre porque a elevação dos juros torna empréstimos e financiamentos mais caros, restringindo o acesso ao crédito e, consequentemente, afetando o consumo”, explica Campos.
Impactos no preço dos imóveis
Além disso, o aumento da taxa de juros também impacta o preço dos imóveis. Com os custos mais elevados devido ao encarecimento de insumos, o valor das propriedades tende a subir, o que pode resultar na desaceleração das vendas.
A combinação desses fatores cria um cenário desafiador para o setor, que já enfrenta uma série de dificuldades.
Busca por alternativas inovadoras
Campos ressalta, ainda, que a busca por alternativas para minimizar os impactos dessa alta de juros será essencial para a Sustentabilidade das empresas no setor.
“O momento exige inovação. Buscar novas formas de financiamento ou reestruturar modelos de negócio pode ser a chave para transformar esse desafio em uma oportunidade.Embora a alta da Selic tenha o potencial de esfriar o mercado e dificultar novos projetos, é preciso pensar em soluções criativas para seguir em frente”, afirma.
Expectativas para os próximos meses
Esse aumento da taxa de juros reflete a estratégia do Banco Central para controlar a inflação, mas, ao mesmo tempo, coloca em risco o ritmo de crescimento de setores essenciais da economia, como o da construção civil.
A expectativa é que os próximos meses tragam mais desafios econômicos, exigindo flexibilidade e inovação por parte das empresas para navegar em um cenário incerto.