São Paulo, dezembro de 2019 — O Brasil se encontra hoje em uma situação econômica considerada regular para a atração de investimentos, porém há uma perspectiva positiva com relação à expansão e geração de empregos em 2020. É o que aponta a Swedish Business Climate in Brazil, estudo realizado anualmente pela Câmara de Comércio Sueco-Brasileira (Swedcham Brasil. A nona edição do estudo contou com a participação de 53 empresas suecas de grande porte presentes no Brasil e foi realizada com o apoio da LLYC, consultoria global de comunicação e assuntos públicos.
Diferente do ano anterior, quando havia uma visão mais promissora sobre o ambiente de negócios, esse ano o clima é de cautela por parte das empresas suecas. O relatório aponta que 59% delas pretende aumentar seus investimentos no país nos próximos 12 meses (em 2018 era 73%). Ainda assim, para o próximo ano, 78% esperam que o volume de negócios nos seus setores de atuação aumente e 64% acreditam que a lucratividade também melhorará.
“Pode-se perceber no estudo desse ano que os empresários enxergam um potencial de melhora no cenário econômico brasileiro e, por isso, pretendem investir no crescimento de suas empresas no país”, aponta Jonas Lindström, diretor executivo da Swedcham.
Segundo a pesquisa a maioria das empresas (62%) acredita que o ano foi regular para negócios no país, enquanto 21% se mostraram satisfeitas ou muito satisfeitas com o ambiente de negócios, uma queda com relação ao ano anterior que registrou 41%, mas ainda assim superando a percepção negativa de 17%.
“Este resultado pode ser reflexo da mudança de metodologia para a questão sobre o clima de investimentos. Até o ano passado as empresas precisavam avaliar o cenário escolhendo de 1 a 10 e este ano elas precisavam definir um valor de 1 a 5, o que as permitiu definir o cenário com uma perspectiva mais mediana” explica o executivo. “Esta alteração é parte da iniciativa para aplicar a pesquisa globalmente em 2020 com uma única metodologia” complementa.
Ainda assim, o relatório chama atenção para um ano positivo financeiramente nas empresas, no qual 60% apresentaram lucratividade, e apenas 17% tiveram perdas e 2% grandes perdas.
Geração de empregos e expansão
As empresas suecas participantes do estudo são, atualmente, responsáveis pela geração de 31 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos no Brasil. Presentes em mais de 20 setores da economia local, o estudo aponta que 82% das empresas entrevistadas possuem mais de 500 funcionários em todo o mundo, indicando que o Brasil é um mercado atraente para empresas com grande potencial de criação de emprego.
Ainda que 27% delas tenham diminuído o número de empregados em 2019, o panorama futuro se mostra positivo, quando mais de 59% destas afirmam que querem aumentar seu quadro de funcionários no próximo ano.
No contexto de desenvolvimento, o otimismo se confirma com resultados que mostram que 49% das empresas consideram expandir seus negócios para outras regiões do país nos próximos 03 anos (em 2018, eram 45%), principalmente para o Nordeste e Sul do Brasil, diferentemente do ano passado, onde o foco foi o Nordeste e Centro-Oeste.
O grande desafio nesta área permanece no aumento da presença das mulheres em cargos de comando dentro das organizações. Hoje, elas representam um terço da força de trabalho e apenas 6% das empresas têm mais mulheres do que homens em posições de liderança.
Cenário político e reformas
A avaliação das empresas também considerou os aspectos políticos atuais. Ainda que a análise do ano corrente indique que a instabilidade política seja citada como ponto negativo por 75% das entrevistadas, 62% considera que medidas tomadas pelo governo favoreceram o investimento estrangeiro no Brasil e 52% projetam mais investimento para o próximo ano.
A Reforma Tributária foi citada 30% das vezes como um tema crucial para o progresso e desenvolvimento no próximo ano. Outra questão importante, que pode ser considerado relevante para o crescimento da atuação sueca no país, é o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, em que 90% das empresas se posicionam a favor.
“Quando realizamos a última pesquisa, em novembro de 2018, havia um grande otimismo, principalmente pela esperança de uma economia reformista. A nossa percepção é que muitas expectativas não foram atingidas no primeiro semestre, o que gerou certo desânimo. Porém, essa nova pesquisa mostra que o otimismo vem crescendo novamente. Mais uma vez os suecos mostram que seu comprometimento com o país continua mais fortalecido ainda”. finaliza Jonas Lindström.
A 9° edição da Swedish Business Climate in Brazil contou com apoio do Team Sweden Brazil, grupo formado pela Embaixada da Suécia, a Swedcham (Câmara de Comércio Sueco-brasileira), Consulados e Business Sweden.