Durante o Energy Summit realizado no Rio de Janeiro, especialistas e lideranças do setor discutiram os desafios e as oportunidades da transição energética no Brasil.
Entre os destaques do evento, esteve a fala do presidente do Capitalismo Consciente Brasil, que ressaltou que a transição energética deve ser encarada como um ato de responsabilidade coletiva — e não apenas como uma mudança tecnológica.
Segundo ele, o Brasil ocupa uma posição estratégica no cenário global por já dispor de uma matriz energética mais limpa do que a média mundial, além de possuir vastos recursos naturais e oportunidades em biocombustíveis, hidrogênio verde e serviços ambientais.
No entanto, apesar do potencial, ainda há um descompasso entre o que o país pode oferecer e o que, de fato, tem realizado.
Obstáculos vão além da infraestrutura
A expansão das fontes renováveis enfrenta entraves diversos, como atrasos na conexão de novos projetos à rede elétrica, instabilidade institucional, entraves regulatórios e falta de clareza nos marcos legais.
Para além desses obstáculos práticos, o especialista destacou a ausência de uma consciência coletiva sobre o real significado da transição energética.
“A transição não pode ser apenas tecnológica ou voltada à concentração de capital. Ela precisa ser uma transição de consciência”, afirmou. Para ele, é necessário repensar não apenas a origem da energia, mas também seu destino: “Para quem estamos fazendo essa transformação? Quem está sendo incluído? Quem ainda permanece à margem?”
Energia como instrumento de equidade
A fala enfatizou que a democratização da energia deve começar pela inclusão. Isso implica levar soluções energéticas limpas e acessíveis às periferias urbanas, comunidades tradicionais, pequenos produtores rurais e regiões historicamente negligenciadas por Políticas públicas.
“Energia limpa, por si só, não garante justiça. Mas, quando acessível, descentralizada e conectada à vida real das pessoas, ela pode regenerar ecossistemas e transformar sociedades”, disse.
Educação e responsabilidade das lideranças
O presidente do Capitalismo Consciente Brasil também destacou o papel da educação na formação das futuras gerações. Ele questionou se o país está promovendo a alfabetização energética necessária para que os jovens possam participar ativamente das decisões que impactarão seus futuros.
No encerramento de sua fala, defendeu que a energia deve ser tratada não como um bem de mercado, mas como um direito essencial.
“Se queremos uma transição de fato democrática, precisamos parar de tratar energia como um produto exclusivo. Energia é um instrumento de desenvolvimento e regeneração. Essa deve ser a missão das lideranças conscientes”, concluiu.