Em uma decisão de significativa importância para a o cenário da saúde suplementar, a ANS aprovou, em Julho de 2023, a inclusão da Fotovaporização de próstata a laser (FVP) no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Esta medida que entrou em vigor em agosto do mesmo ano, implica na obrigatoriedade da cobertura por parte dos planos de saúde deste procedimento inovador para tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB).
A proposta de atualização do Rol foi elaborada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), que conduziu um estudo comparativo entre a Fotovaporização de próstata a laser (FVP) e a Ressecção endoscópica de próstata (RTUP), tecnologia padrão ouro previamente disponível. O foco da comparação recaiu sobre as complicações peri e pós-operatórias, bem como o risco de sangramento. Segundo a análise apresentada pela SBU, a justificativa para a incorporação da FVP no Rol está fundamentada em diversas evidências científicas que apontam para os seguintes potenciais benefícios em comparação com a RTUP:
Recuperação mais rápida do paciente com menor consumo de insumos pós-procedimento
FVP é mais custo-efetiva que a RTUP gerando economia para as fontes pagadoras
Menor incidência de sangramentos graves e hemorragia, principalmente pacientes de alto risco (uso de anticoagulantes orais / antiagregantes plaquetários)
Menor tempo de cateterização e consumo de insumos hospitalares.
Menor necessidade de transfusão
Menor tempo de internação pós-procedimento
Menor ocupação de leitos de UTI
Menor necessidade de reintervenções
Escores de IPSS, SHIM e Qmáx (parâmetros de escores de sintomas e da força do fluxo urinário)
O Dr. Flávio Haruyo Iizuka, urologista de São Paulo e diretor da Clínica Médica Iizuka, ressalta que “existe um consenso entre os especialistas de que a Fotovaporização de próstata a laser é a melhor alternativa de tratamento cirúrgico para o grupo de pacientes anticoagulados ou com distúrbios de coagulação”, devido à sua maior segurança e menor risco de sangramento que demande de transfusão de sangue. A disponibilidade de equipamento para o procedimento, segundo a proposta da SBU, já existe no Brasil através do laser verde com potência de até 180W, com uma base instalada em 40 centros em todas as regiões do Brasil e nas principais capitais.
O Dr. Iizuka explica que a HPB é uma condição muito comum e que a indicação de tratamento cirúrgico é normalmente apropriada para os homens muito sintomáticos que não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso, que cursam com piora da função renal, ou apresentam cálculos de bexiga, infecções urinárias de repetição, retenção urinária ou sangramento na urina. Neste contexto, segundo o especialista, com a disponibilidade de pelo menos duas alternativas de cirurgia, FVP e RTUP, cobertas pelos planos de saúde, requer-se maior conscientização das diferenças dos métodos para uma escolha adequada à necessidade do paciente.