O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para a próxima terça-feira (4) o julgamento de duas ações que podem resultar na cassação e inelegibilidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil). Ambos são acusados de irregularidades na contratação de funcionários do Ceperj (Centro Estadual de Pesquisa e Estatística), supostamente utilizados como cabos eleitorais durante a última campanha eleitoral.
As ações chegaram ao TSE após recurso do Ministério Público Eleitoral, que contestou a decisão do TRE-RJ de absolver os dois políticos. O caso está sob relatoria da ministra Isabel Gallotti, que liberou o processo para julgamento na reta final de seu mandato, que se encerra em 21 de novembro.
Segundo a Procuradoria-Geral Eleitoral, Cláudio Castro teria cometido abuso de poder político e econômico, motivo pelo qual deveria perder o mandato. Caso o TSE decida pela cassação, quem assumiria o comando do Estado seria o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), desembargador Ricardo Couto de Castro.
O governador não pode mais concorrer à reeleição, mas a decisão pode impactar seus planos políticos futuros. Já Bacellar, presidente da Alerj, tem intenção de disputar o governo estadual nas próximas eleições.
O julgamento ocorre em um momento de forte tensão no Rio de Janeiro. Cláudio Castro está no centro das atenções nacionais e internacionais após a megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, considerada a mais letal da história do Estado. Até a noite de quarta-feira (29), o governo estadual contabilizava 121 mortos, enquanto a Defensoria Pública apontava 132 vítimas, incluindo quatro policiais.
O desfecho do julgamento no TSE pode definir não apenas o futuro político de Castro e Bacellar, mas também o rumo das alianças no tabuleiro eleitoral fluminense.


















