A vida do empresário é dura, apesar do que se escreve e diz. Ele é o que mais toma risco, associa permanentemente a vida pessoal à vida empresarial para levantar capital, quebra, se levanta e segue com o jogo. E, ainda assim, tem vida “fácil “segundo os que não são do ramo, lógico.
Pois é, existe um grupo infindável de ‘ricos de mentira’, especialmente entre os empresários de médio porte. Eles são suficientemente grandes para que a empresa não dependa exclusivamente deles, mas ainda nanicos para o mercado de capitais mais clássico, ou seja, vulgo monetização via IPO na Bolsa B3, a nossa Bolsa de Valores.
Se você não está na casa dos bilhões de faturamento, trate de comer mais arroz e feijão e viva uma centena de anos para chegar lá!
Como se planejar para a riqueza
Mas, afortunadamente, existem mais caminhos do que só ficar gigante e vender para o fundo de pensão das “velhinhas” do Canadá. Além das opções de mercado de acesso que já existem há mais tempo como AIM Market inglês, e os TIERs 2 e 3 da Nasdaq americano, temos também os novos entrantes no Brasil como a bolsa de acesso “BEE4”.
Estes mercados permitem a ponte entre o lucro acumulado no balanço da empresa e a legítima monetização pelo empresariado do mercado middle, mais avançado lá do que cá. Mas, já é um bom começo.
Uma outra abordagem igualmente válida e, às vezes, mais fácil, é se planejar estrategicamente para monetizar pelo menos parte do lucro líquido acumulado através de anos árduos de trabalho não assalariado.
Sim, isto é possível! A jornada do dinheiro passa pelo empresário entender o ciclo operacional e financeiro do seu negócio, capital de giro e a ambição de crescimento. Entender a desconexão entre lucro e geração de caixa, o devido impacto de investimentos e a sedução por financiar clientes em prol do crescimento tem que ser postos na equação da geração de caixa livre para o acionista.
Ao revê-la, o empresário poderá discutir cenários que maximizem o binômio: sobrevivência pessoal e a perenidade empresarial. Os trade offs de crescimento, geração de caixa e impactos em margens precisam ser postos às claras para o empresário tomar a decisão da jornada que quer correr.
Em paralelo, isto precisa ser conectado com o momento de vida, filosofia, apreço ao dinheiro, estado de saúde e idade e bolso. A não ser que o empresário seja um kardecista de carteirinha, ele precisará se planejar para ter a chance, talvez, de ficar rico de verdade.
A verdadeira riqueza está menos relacionada às questões materiais ou ao ego e mais ao debate intelectual sobre a relação entre sacrifício e benefício. No entanto, percebe-se que setores como a mídia, universidades, governos estão massacrando a meritocracia e o esforço individual.
Este preço vai chegar. Nada mais justo a você, meu caro empresário, do que olhar um pouco de forma egoísta para si próprio, dado que todos os outros estão olhando para você como uma engrenagem que não pode parar. Isso é necessário para poder custear a máquina do igualitarismo utópico, que só gera ineficiência geral e manutenção de poder aos poucos.
Rumo ao dinheiro merecido, nobre empreendedor, porque ninguém fará isto por você.
Marco França é Engenheiro pela PUC, possui MBA pela Coppead e é sócio da Auddas