Os recentes acontecimentos relacionados à pandemia do COVID-19, Coronavírus, têm impactado diretamente na grande oscilação com relação ao valor do barril de petróleo e, como consequência, na economia mundial.
Um dos pontos críticos que alimentou a crise econômica atual foi a superprodução de petróleo pela OPEC, e este é um cenário que impacta diretamente na diminuição do preço do petróleo globalmente.
Os países da Arábia Saudita e Rússia, especialmente, injetaram uma demanda exacerbada de suprimentos de petróleo e, com isso, barateou muito o valor do barril de petróleo exportado.
Mas a boa notícia, em meio a este caos todo, é que os preços do petróleo hoje (2) subiram mais de 3%, registrando mais de US$ 1 por barril.
A alta tem a ver com a expectativa da reunião que acontecerá entre produtores sobre cortes de bombeamento, esta semana ainda, e a reabertura dos de alguns países, dentre eles, estados norte-americanos.
Hoje o petróleo Brent fechou em alta de 3,3%, com barril a US$ 39,57. Já o petróleo dos EUA alcançou o índice de 3,9%, com barril a US$ 36,81.
Além disso, a produção brasileira, até o momento, tem conseguido lidar bem com a instabilidade, considerando o custo de produção x valor do barril de petróleo.
Em abril, a produção do petróleo no Brasil somou 2.958 milhões de barris por dia, alcançando uma alta de 13,6%, na comparação anual, segundo boletim divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta terça-feira (2).
O principal responsável pela alta da produção do barril vem do aumento da demanda da China, que voltou a movimentar a economia, após conseguir controlar a crise do novo coronavírus.
Em abril, a Petrobras embarcou 1 milhão de barris por dia, contra 771 mil em dezembro de 2019, o que levou à estatal a suspender o plano de corte de bombeamento de 200 mil barris por dia que estava programado para este mesmo mês.
Entendendo a variação do valor do barril de petróleo
Segundo Marco Gonçalves, Gerente de Contas Estratégicas de Óleo&Gás, Petroquímicas e Químicas da Fluke do Brasil, o custo do barril de petróleo envolve hoje, pelo menos, três variáveis: suprimento, demanda e a geopolítica (pandemia de COVID-19).
1. Suprimento
Como suprimento, entende-se a disponibilidade de petróleo produzido.
Como os países da OPEC estão produzindo petróleo desenfreadamente, os EUA estão acompanhando este ritmo de produção e o Brasil está também tentando aumentar a sua capacidade; tudo isso somado resulta em que a oferta esteja excessivamente farta, em todo o mundo.
2. Demanda
O segundo fator é a demanda, ou seja, o quanto os países e as pessoas estão precisando do petróleo e seus derivados para aquecimento, eletricidade, transporte, entre outras necessidades. Quanto maior o crescimento econômico, maior a demanda de petróleo. E o uso do petróleo ainda é muito significativo em todo o mundo, já que as energias renováveis ainda são caras e não possuem capacidade suficiente para atender todas as demandas mundiais.
3. Geopolítica
A questão geopolítica, que envolve a pandemia do COVID-19, é o terceiro ponto que influência diretamente o valor do barril de petróleo.
Qualquer conflito no Oriente Médio ou problema nos EUA pode afetar o preço, diminuindo ou aumentando, dependendo do caso.
A pandemia tem impactado diretamente na oscilação do preço, pois há uma crise no transporte, as fronteiras estão sendo fechadas e as empresas estão orientando seus colaboradores a trabalharem remotamente, além dos trabalhadores que já contraíram o vírus estarem afastados.
A criticidade da situação tem, portanto, impactado diretamente no valor do barril de petróleo.
Impactos da oscilação no valor do barril de petróleo na economia
Para a economia brasileira, avaliando em curto prazo, o cenário é preocupante, de acordo com Marco Gonçalves.
Isso porque, logo assim que desencadeou a crise, o valor em bolsa da Petrobras caiu cerca de 60%, desvalorizando muito as ações da estatal. Como consequência, os investidores ficam receosos e acabam desfazendo-se de suas cotas, o que deixa tudo ainda mais complicado e a economia mais frágil.
“É inevitável que a economia sinta e reflita negativamente este momento, tanto em termos de produto interno bruto (PIB), quanto no crescimento das empresas. Como existem muitos projetos em andamento, é fundamental para a Petrobras, por exemplo, que o pré-sal continue sendo explorado, para não afetar a produção. Independente das altas e baixas da economia, o petróleo é necessário”, afirma o Gerente de Contas Estratégicas de Óleo&Gás, Petroquímicas e Químicas da Fluke do Brasil.
Já na avaliação de Felippe Bastos, CEO da AES Union a médio e longo prazo as expectativas podem ser positivas.
“Como o petróleo continua sendo a principal matriz energética mundial a retomada do setor vai acontecer à medida que as atividades econômicas voltem ao patamar normal, entretanto não há como mensurar uma data palpável para tal. O setor de petróleo, historicamente, viveu momentos cíclicos de queda e retomada, mas sempre se manteve como o principal setor econômico mundial, não será diferente agora”.
Para o especialista, analisando pela ótica do Brasil, pelo fato de o país ser um grande produtor e consumidor, é possível absorver a própria demanda, girando assim a economia de forma um pouco mais ágil, em comparação a países que dependem da produção de outros: “de qualquer forma não da para prever essa retomada, depende muito de ações públicas efetivas e principalmente das diretrizes da Petrobras.” Enfatiza.
Oscilação do preço do petróleo: como driblar a crise?
O Brasil é o país líder da América do Sul em potencial de produção e 8º maior produtor no mundo, e este é o momento de recuperar a confiança dos investidores.
“Estamos certos de que se trata de uma fase ruim e as grandes empresas terão de seguir firmes para conseguir sobreviver a este período complicado. Se a Petrobras sofre, a economia brasileira também sofre. Entretanto, ao mesmo tempo, a tendência é de que com a alta do dólar possa se obter maior lucro com a exportação do petróleo, até porque, receber em dólar seria positivo para a balança comercial da empresa. Precisamos confiar na recuperação da economia brasileira e na confiança dos investidores. Mesmo que leve tempo, quem investir agora vai aproveitar essas ações em baixa que devem aumentar a médio e longo prazo.” Afirma Marco Gonçalves, Gerente de Contas Estratégicas de Óleo&Gás, Petroquímicas e Químicas da Fluke do Brasil.
O CEO da AES Union, Felippe Bastos recomenda cautela, já que o Brasil acaba sendo impactado pela queda da demanda da fonte de energia mais popular do mundo, principalmente por sua posição de produtor/consumidor: “quando o custo da produção de petróleo é balizado pelo real (R$), e com o dólar em alta, ou seja, favorável para a exportação de comodities, como é o caso do Brasil, ao meu ver, garante uma sobrevida a indústria brasileira. De qualquer forma, a queda brutal dos preços do barril gera um “alerta vermelho” nos projetos de E&P. Ser prudente nesse momento vai determinar a continuidade da operação de qualquer empresa de petróleo, especialmente a Petrobras que possui dívidas de curto e médio prazo em dólar.” Ressalta.
Jogo de cintura
Ainda na avaliação de Felippe Bastos, o momento é convidativo para ter jogo de cintura e encontrar meios alternativos para equalizar as brechas.
“É conforme Jorge Paulo Lemann diz ‘O que eu mais gosto é que toda crise é cheia de oportunidades’; É claro que, neste momento, independente de área de atuação, a empresa que não estiver estruturada e com uma gestão de mudanças capaz de tomar ações rápidas e eficazes terá momentos difíceis. Eu particularmente gosto mais da pegada do Jorge Paulo Lemann, ou seja, enxergar o lado bom em qualquer situação.” Aponta Felippe Bastos, CEO da AES Brazil, com base na própria experiência do cotidiano.
“O Grupo AES atua no mercado com solução integrada com serviço de Limpeza Offshore. Como a Petrobras decidiu reduzir a produção, parte dos tanques de armazenamento offshore ficaram livres para limpeza, inspeção e reparo. Momentos como esse são bem oportunos para cuidar do CAPEX, algo que as operadoras decidiram acertadamente. As plataformas são vistoriadas por entidades de classe internacionais, logo existem regras à serem seguidas que determinam a inspeção do tanque a cada ciclo de 5 anos. Entretanto para inspecionar necessita da limpeza, assim como o reparo dos pontos identificados na inspeção, logo após a mesma. Como caminho para driblar a crise, o Grupo AES ofertou no mercado uma solução integrada de Limpeza (AES Clean), Inspeção (AES Engineering) e Reparo (AES Engineering). Nessas horas quanto mais os fornecedores absorverem soluções integradas, facilita a gestão e tomada de decisão do cliente final, sejam eles produtores, operadores ou empresas de gestão de projetos.” Finaliza.
Sobre o grupo AES Union
AES Union é uma empresa diversificada em soluções de engenharia (Clean, Engenharia, Indústria e Equipamentos). Atuando como empresa holding de um grupo de empresas de serviço de absoluta qualidade, a empresa é pioneira em limpeza mecânica de tanques de carga em FPSOs. Para saber mais, visite o site: http://aes-brazil.com/