Empresários de pequeno e médio porte frequentemente acreditam que a presença de um conselheiro é uma exclusividade das grandes corporações. Contudo, essa percepção está longe da realidade. Enquanto as grandes empresas são obrigadas a manter um conselho de administração por normas de governança, os conselhos consultivos oferecem flexibilidade e acessibilidade para negócios de qualquer porte.
Um conselheiro não é apenas um espectador no dia a dia empresarial, mas sim um profissional experiente, com uma sólida trajetória empreendedora, que traz insights fundamentais e suporte em áreas críticas para o crescimento do negócio. Sua atuação pode ajudar empresários a evitar armadilhas comuns, maximizar oportunidades e superar desafios que muitas vezes são negligenciados.
A solidão enfrentada por líderes empresariais é uma realidade conhecida. Muitos empreendedores acreditam que ter sócios basta para trazer novas ideias e perspectivas. No entanto, as conversas acabam ficando restritas aos mesmos desafios e dúvidas, resultando em um ciclo fechado de raciocínio. A inclusão de um conselheiro pode quebrar esse padrão, oferecendo novas perspectivas e questionamentos estratégicos.
Conselheiros consultivos ou mentores têm como principal função trazer reflexões e apresentar alternativas de caminhos ao CEO ou fundador, ajudando a superar momentos de dificuldade com mais clareza. É fundamental reforçar que o papel do conselheiro é oferecer orientações e insights estratégicos, mas a decisão de seguir ou não as recomendações cabem exclusivamente ao dono ou CEO, que permanece como responsável pelos rumos da empresa.
A importância de práticas de governança
A McKinsey & Company descobriu que empresas com boa governança corporativa têm, em média, um valor de mercado 13% maior do que aquelas com práticas frágeis. Além disso, estudos mostram que empresas com conselhos consultivos bem estruturados podem experienciar um crescimento de até 20% a 30% na receita anual, uma valorização de até 50% e uma possível duplicação da participação de mercado em um período de três a cinco anos. Esses números evidenciam a importância de práticas de governança sólidas e do suporte estratégico oferecido por conselheiros.
Um exemplo prático de como isso deve ser implementado está em programas de mentoria que conectam empresários a conselheiros experientes. Esses programas fornecem uma abordagem personalizada, ajudando donos de negócios a superar desafios específicos e construir uma estratégia de crescimento sustentável. Esse tipo de suporte já demonstrou ser eficaz em empresas de diferentes tamanhos e setores, consolidando-se como uma ferramenta poderosa para alavancar resultados.
Desafios no Brasil
Empreender no Brasil, embora desafiador, pode se tornar uma jornada mais eficiente e menos angustiante com a orientação de conselheiros. Um mentor age como uma bússola, ajudando os empreendedores a se preparar para oportunidades inesperadas e a navegar pelo mundo empresarial com clareza e segurança.
A inclusão de um conselheiro ou mentor no modelo de operação não é apenas um recurso estratégico, mas um investimento importante para o sucesso e a Sustentabilidade do negócio. É a diferença entre enfrentar desafios imprevisíveis de forma reativa ou estar preparado para superá-los com confiança e planejamento.
Alexandre Chaves é sócio da Auddas
