Confiança do empresário do comércio cresce pelo terceiro mês, mas segue abaixo do nível de 2023

Apesar de avanço pelo terceiro mês seguido, índice da CNC ainda mostra queda anual e revela recuperação desigual entre os setores do comércio.

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Foto: Reprodução/ Freepik

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou alta de 1,4% em junho, marcando o terceiro mês consecutivo de crescimento.

Apesar do avanço, o indicador ainda está 3,7% abaixo do patamar registrado no mesmo período de 2023, sinalizando que a recuperação permanece lenta.

O Icec atingiu 105,9 pontos no mês, em uma escala que varia de 0 a 200. O componente com o pior desempenho continua sendo o que avalia as Condições Atuais da Economia, que embora tenha crescido 3,9% em relação a maio, segue 13,6% inferior ao nível de um ano atrás.

De forma geral, a percepção dos empresários sobre o momento atual apresentou leve melhora: a avaliação das próprias empresas subiu 2,2%, e a do setor em que atuam aumentou 2,4%. O conjunto de indicadores ligados às condições atuais avançou 2,7% no mês.

Expectativas futuras alimentam otimismo

O subíndice Expectativas, que reúne as projeções dos empresários para a economia, o setor e os próprios negócios, cresceu 1,3% em junho, mantendo tendência de recuperação. As três categorias que compõem o indicador seguem em alta, refletindo maior otimismo em relação ao curto prazo.

Impulsionado por essa visão mais positiva, o componente que mede as intenções de investimento avançou 0,7% no mês.

Os principais focos dos empresários estão na contratação de funcionários (+0,9%), na ampliação das operações (+0,9%) e na formação de estoques (+0,4%). A contratação de mão de obra foi o único item com variação positiva na comparação anual (+0,4%).

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os dados revelam uma retomada gradual da confiança, apesar do ambiente ainda desafiador, marcado por crédito restrito e juros elevados. “A recuperação é tímida e desigual entre os diversos segmentos do comércio”, afirmou.

Desempenho por segmentos

Entre os setores avaliados, o comércio de bens não duráveis — que inclui supermercados, farmácias e lojas de cosméticos — apresentou a maior queda na confiança no acumulado do ano, com recuo de 5%, mesmo com alta mensal de 1,7%.

Por outro lado, o setor de vestuário e calçados demonstrou reação positiva: a intenção de contratação subiu 3% em relação a junho de 2023, contrariando a tendência dos demais segmentos.

Já os ramos de eletrônicos e móveis lideraram o crescimento nas expectativas mensais (+2,4%), mas acumulam queda nas condições atuais do comércio (-8,1%).

De acordo com o economista da CNC, João Marcelo Costa, os dados sugerem que alguns segmentos já ensaiam uma recuperação mais consistente. “O comportamento desigual entre os setores mostra que a retomada ainda está em estágio inicial e depende de fatores específicos de cada ramo”, avaliou.

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