As recentes medidas protecionistas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, provocaram instabilidade nos mercados financeiros internacionais.
A imposição de tarifas sobre produtos estrangeiros desencadeou uma resposta imediata de outras nações, que também elevaram as taxas sobre bens norte-americanos, aprofundando uma nova fase de tensões comerciais.
Com o agravamento do cenário global, os reflexos se espalharam por diversos setores econômicos, incluindo o mercado de criptomoedas. Os mercados asiáticos registraram quedas expressivas, enquanto ativos digitais, como o Bitcoin, também sofreram retrações.
Criptomoedas em queda com impacto das tensões comerciais
O Bitcoin chegou a ser negociado ligeiramente abaixo de US$ 75.000, nível não registrado desde outubro de 2024. A queda acompanha um movimento de correção mais amplo observado após dois anos de forte valorização da criptomoeda.
Apesar da recente desvalorização, o ativo permanece acima dos valores registrados há um ano, quando, após o quarto halving em abril de 2024, era cotado em pouco mais de US$ 61.000.
A trajetória do Bitcoin ao longo dos últimos meses foi marcada por forte valorização entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, período em que chegou a atingir máximas históricas entre US$ 108.000 e US$ 109.000.
O movimento foi impulsionado por fatores políticos e macroeconômicos, como a crescente popularidade de Trump nas pesquisas eleitorais e sua subsequente vitória presidencial.
Mercados tradicionais sofrem quedas mais acentuadas
Embora o mercado cripto tenha sido afetado, analistas destacam que a correção do Bitcoin foi mais moderada em comparação com os mercados tradicionais. No dia 4 de abril, o índice norte-americano S&P 500 caiu 4,8%, registrando seu pior desempenho diário em cinco anos.
No Japão, o índice Nikkei 225 recuou 12,4% em 5 de abril, em uma das maiores quedas recentes do mercado japonês.
Esses números evidenciam o grau de volatilidade nos mercados acionários globais, agravados pela escalada da guerra comercial. Em contrapartida, o desempenho relativamente estável do Bitcoin tem sido interpretado por parte do mercado como um sinal de resiliência do ativo digital em momentos de incerteza.
Perspectivas e fundamentos do mercado cripto
Especialistas avaliam que as atuais oscilações no mercado cripto não decorrem de uma crise específica do setor, mas sim de reflexos das tensões comerciais e da perspectiva de uma possível recessão global.
O aumento da inflação, o risco de interrupções em cadeias de suprimento e a desaceleração econômica são fatores que afetam diretamente os investidores e pressionam os ativos de risco.
Apesar da volatilidade, o Bitcoin mantém características consideradas atrativas por investidores: emissão limitada a 21 milhões de unidades, operação ininterrupta em escala global e independência de políticas monetárias de governos.
Tais fundamentos são frequentemente citados como diferenciais que podem sustentar seu papel como reserva de valor e meio de transferência de recursos em tempos de instabilidade.
Expectativas para os próximos meses
O mercado cripto deve continuar operando sob a influência da conjuntura econômica internacional. Analistas não descartam que o Bitcoin passe por um período de estabilidade ou lateralização nos preços nos próximos meses, refletindo o atual cenário de incertezas.
Ainda assim, o ativo segue sendo adotado por empresas, governos e investidores individuais, o que, segundo projeções do mercado, pode sustentar uma nova valorização em ciclos futuros.
A continuidade dessa adoção e o fortalecimento da infraestrutura cripto são fatores que podem influenciar o comportamento do mercado até o final de 2025.