De acordo com a Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), as empresas perdem, em média, 5% do faturamento anual em decorrência de fraudes internas. No universo das criptomoedas, onde transparência e confiança são princípios fundamentais, os efeitos dessas práticas se tornam ainda mais graves — tanto para a saúde financeira das companhias quanto para a credibilidade de todo o setor.
Relatórios recentes apontam que, apenas em 2024, cerca de US$ 2,8 bilhões em criptoativos foram congelados por órgãos reguladores devido a irregularidades e casos de não conformidade. O dado evidencia uma vulnerabilidade crescente: a falta de estruturas robustas de governança, compliance e monitoramento de riscos.
Vulnerabilidade interna e riscos operacionais
As fraudes em ambientes digitais, segundo especialistas, não se restringem a ataques externos. “Muitos casos têm origem em falhas de processos internos e decisões operacionais mal monitoradas”, afirma Mateusz Chrobok, Head de Inteligência de Fraude da Nethone.
Para ele, o uso de tecnologias de detecção em tempo real, aliadas à inteligência de dados, machine learning e análise comportamental, é fundamental para identificar padrões suspeitos antes que causem danos significativos.
Resultados práticos de prevenção
Um exemplo dessa aplicação ocorreu em uma plataforma de criptomoedas que firmou parceria com a Nethone para aprimorar sua segurança.
Em apenas dois meses, a empresa reduziu 96% das transações não autorizadas, diminuiu em 35 pontos percentuais o bloqueio de tráfego legítimo e evitou mais de US$ 800 mil em fraudes.
A adoção de modelos personalizados de machine learning e camadas adicionais de segurança sem fricção para o usuário final foi essencial para alcançar esses resultados.
Tecnologia, governança e cultura de prevenção
Casos como esse reforçam a importância de integrar tecnologia e governança corporativa na estratégia de prevenção a fraudes. Especialistas destacam que a segurança digital não depende apenas de soluções automatizadas: é preciso também investir em educação corporativa, políticas internas claras e comunicação transparente com colaboradores e parceiros.
A consolidação de uma cultura de prevenção é considerada um dos pilares para aumentar a resiliência das empresas diante de um ambiente regulatório cada vez mais exigente.
Segurança como estratégia de crescimento
Mais do que um custo operacional, o investimento em prevenção de fraudes deve ser encarado como estratégia de crescimento sustentável.
Em um mercado em expansão e sob maior fiscalização regulatória, as empresas que priorizam transparência, governança e responsabilidade tendem a conquistar vantagem competitiva e fortalecer a confiança dos investidores.



















