Essa semana, o mercado financeiro foi impactado com os dados de crescimento de 0,9% do PIB, no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores.
O número representa uma desaceleração em relação ao crescimento registrado nos três primeiros meses do ano.
Esse resultado ajuda a fortalecer o real, mostrando um entusiasmo maior do que o esperado na economia brasileira, fortalece a confiança dos investidores do mercado financeiro num bom desempenho dos ativos brasileiros e contribui para atrair novos investimentos.
Apesar da política contracionista, o crescimento da economia tem sido sustentado pela renda, não apenas pelos programas de transferência do governo, como também pelo mercado de trabalho, que vem surpreendendo positivamente.
Porém, que o crescimento maior que o esperado pode diminuir chances de um corte maior na Selic neste ano, que já vem sendo alvo de apostas entre investidores.
Com a inflação mais controlada e a atividade econômica um pouco mais fraca, se abre margem para uma possível redução mais forte na Selic, mas já previa que um corte de 0,75 ponto poderia ser feito.
Com o PIB mais forte, dificilmente vamos ver essa aceleração na queda da taxa de juros.
É fato que ela vai continuar caindo, mas muito provavelmente ao ritmo de 0,50 ponto.
Dólar
O dólar segue sofrendo os impactos das expectativas em relação às taxas de juros nos Estados Unidos, com o mercado de olho nas indicações do Federal Reserve (Fed) sobre os próximos passos na condução da política monetária.
Além disso, essa semana trouxe ao mercado um aumento nas preocupações sobre o cenário fiscal, mesmo após a sanção do novo arcabouço fiscal.
Além disso, a situação fiscal do país voltou a preocupar os investidores na medida em que o governo, que entregou o PLOA de 2024, encontra dificuldades para aumentar a receita necessária para zerar o déficit primário, conforme está previsto na meta do novo regime fiscal.
No Brasil, o mercado tem colocado nos preços dos ativos a apreensão do risco fiscal, tendo em vista as dificuldades do governo em ajustar receitas e despesas ou, pelo menos, sinalizar uma melhoria para as contas públicas.
É necessário observar que se, nos Estados Unidos, por um lado foram criados mais postos de trabalho que o esperado, por outro a desaceleração de salários, aliado ao aumento da taxa de desemprego e a revisão para baixo do dado anterior de criação de empregos, mostram que a economia começa a surtir efeitos da maior taxa de juros em décadas.
Luiz Felipe Bazzo é CEO do transferbank, uma das 15 maiores corretoras de câmbio do Brasil. O executivo também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS.
Além disso, criou startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício.
O executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças empresariais pela Universidade Positivo.