A UniverSaúde, startup que desenvolve soluções tecnológicas para a área da Saúde, lançou o aplicativo AVISASaúde, uma solução multiplataforma para o monitoramento e rastreamento dos casos de Covid-19 nos municípios brasileiros. “Não existe solução simples para problemas complexos.
O momento atual da epidemia de Coronavirus no Brasil é dramático e demanda união entre governos e sociedade civil organizada”, conta o fundador da UniverSaúde, Erico Vasconcelos.
A startup foi fundada em 2016 e conta com gestores e profissionais de saúde que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) e em organizações privadas do país por mais de 20 anos.
O objetivo do projeto é conter a transmissão do Coronavírus nas cidades do Brasil, auxiliando os governos na localização dos casos suspeitos de Covid-19 e no diagnóstico precoce da doença.
“O AVISASaúde é a solução para ajudar os municípios a controlarem a pandemia por meio de duas ações estratégicas muito importantes agora: localizar em tempo real as pessoas com suspeita ou positivas para Coronavírus e recomendar cuidados de forma personalizada para evitar que compliquem e precisem de internação hospitalar”, afirma Vasconcelos.
O foco principal do AVISASaúde são as Secretarias Municipais de Saúde, Estados e Consórcios Intermunicipais.
A ideia é potencializar o desenvolvimento das ações de monitoramento e rastreamento com uma aplicação que reúne telemedicina, sistema de alertas, prevenção e painel de controle integrado para as equipes que atuam na linha de frente.
“Precisamos que as autoridades governamentais estejam alinhadas com a população, acessando os dados da realidade de forma mais efetiva, para que consigam encaminhar as soluções para o problema que estamos enfrentando”, orienta Vasconcelos.
Aplicativo existe desde abril de 2020
Inspirado nas experiências exitosas dos países do Sudeste asiático no combate à pandemia, que se conectaram com a população por meio de aplicativos móveis, o AVISASaúde nasceu no fim de abril de 2020 no instante em que os números da Covid-19 cresciam no Brasil. “Nossa ideia era ajudar as cidades a conter a circulação do vírus naquele começo da pandemia, assim como fizeram Coreia do Sul e Taiwan, dentre outros países”, conta Vasconcelos.
Sem vacinas para todos, a melhor saída é a tecnologia
O cenário da pandemia no Brasil ocasionado pelo novo Coronavírus preocupa a todos. Com os sistemas municipais de saúde em recente colapso, o País passa dos 260 mil óbitos pela doença com diversos municípios em lockdown para frear o circuito de contaminação.
Cientistas e médicos concordam que a chegada das vacinas é o começo do fim da pandemia, mas não o fim da doença. O imunologista Daniel Mansur, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disse em uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo em dezembro de 2020 que “distribuir para todas as pessoas uma vacina que previne a doença e bloqueia a transmissão é o cenário ideal, mas ainda estamos longe disso”.
Conhecer o modo como a doença circula nas cidades entre as pessoas para conter o circuito de contaminação da Covid-19 é o desafio para os novos gestores municipais recém-eleitos. O biólogo Fernando Reinach, colunista do jornal do Estado de São Paulo, disse em agosto de 2020 que a estratégia mais correta seria “implementar a identificação e o isolamento imediato das pessoas infectadas e seus contatos“.
Graças aos recursos e funcionalidades do aplicativo AVISASaúde, possíveis de serem personalizados à realidade de cada município, cria-se a oportunidade de unir governos e sociedade para o cuidado com a saúde das pessoas à distância por meios digitais, sobretudo agora em torno da pandemia e que exige de todos um protagonismo.
“É simples: a primeira coisa é que sem colaboração não venceremos a pandemia. Depois, sem informação não tem gestão da pandemia. Com a tecnologia, o cidadão participa informando sua condição de saúde em tempo real. Em caso de suspeita de COVID-19, o governo consegue tomar atitudes imediatas para proteger o cidadão, chegando antes das complicações médicas”, afirma Erico.
AVISASaúde para a manutenção da vida e redução da injustiça social
A repercussão da pandemia para a atividade trabalhadora e econômica brasileira tem sido enorme. O Produto Interno Bruto (PIB) do País despencou 4,1% em 2020 e o desemprego já alcança as piores taxas já testemunhadas. Ao mesmo tempo, o Brasil possui 424 milhões de dispositivos digitais atualmente em uso, sendo 342 milhões de celulares, tablets e notebooks – cerca de 1,6 dispositivos por habitante.
As evidências corroboram o que muitos já sabem e que a pandemia acelerou: não é possível mais prescindir da tecnologia nos tempos de hoje. Quando o assunto é pandemia, a tecnologia já fez a diferença em países como a Coreia do Sul, por exemplo. O médico e professor da USP Gustavo Gusso disse em entrevista à colunista Cristiane Segatto, do UOL, em 3 de fevereiro de 2020 que “os principais fatores que fizeram diferença nos países que conseguiram lidar melhor com a pandemia foram o rastreamento de contactantes e o acesso aos exames”.
Em uma reportagem publicada pela Folha de São Paulo em julho de 2020, o médico Guilherme Werneck e o economista Arthur Aguillar do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) adiantaram que “não haverá saída segura sem um sistema robusto de monitoramento contínuo da saúde das pessoas e comunicantes”.
“Diante deste cenário da pandemia de Covid-19 no Brasil, está claro: a tecnologia pode ser um instrumento para a manutenção da vida e redução das injustiças sociais”, sobressalta Vasconcelos.