A busca por novos líderes nas organizações nem sempre exige recorrer ao mercado externo. Muitas vezes, o próximo gestor já está dentro da própria empresa.
Nesse contexto, a avaliação de competências e potencial — conhecida como assessment — tem se consolidado como ferramenta estratégica para identificar profissionais preparados para assumir posições de liderança.
Ferramenta para avaliar competências e potencial
O assessment de competência e potencial mede tanto as habilidades atuais quanto a capacidade de aprendizado e adaptação do colaborador.
A metodologia pode incluir avaliações de desempenho, entrevistas, feedback 360 graus e testes específicos para analisar competências técnicas e de liderança.
Visão estratégica, inteligência emocional, capacidade de execução e agilidade de aprendizagem estão entre os atributos mais valorizados pelas empresas. Os critérios, no entanto, podem variar de acordo com o cargo e com a cultura organizacional.
Segundo Rodrigo Magalhães, sócio da EXEC, especializada em seleção e desenvolvimento de executivos, a principal vantagem de investir em talentos internos é o alinhamento prévio com os valores e a cultura da empresa. “O potencial de retenção também aumenta, já que o colaborador enxerga oportunidades de crescimento”, afirma.
Momentos estratégicos e tendências
As avaliações costumam ser aplicadas em contextos específicos, como fusões e aquisições, transições de liderança ou na adoção de novas estratégias de crescimento.
Recentemente, ferramentas de inteligência artificial e recursos de gamificação passaram a ser incorporados ao processo, ampliando a precisão e o engajamento dos colaboradores.
Outra tendência é considerar o impacto do profissional em um ambiente digital e globalizado, no qual competências tecnológicas são cada vez mais essenciais para liderar equipes diversas e distribuídas.
Justiça, imparcialidade e desafios
Para garantir a integridade do processo, especialistas defendem metodologias padronizadas, múltiplos avaliadores e comunicação transparente dos critérios de avaliação. Um dos desafios é evitar que os colaboradores sejam “encaixotados” em funções específicas, limitando seu desenvolvimento em outras áreas de interesse.
Magalhães alerta ainda que bom desempenho no presente não garante preparo para funções futuras. “O potencial envolve adaptação e crescimento. Um colaborador pode ser excelente em sua função técnica atual, mas carecer de habilidades de liderança ou gestão de pessoas para assumir maiores responsabilidades”, explica.
Desenvolvimento contínuo
Uma vez identificados os potenciais líderes, recomenda-se a criação de planos de desenvolvimento personalizados, com treinamentos, coaching e participação em projetos desafiadores. O acompanhamento deve ser contínuo, por meio de ciclos de feedback e ajustes regulares nos planos de capacitação.
Para o especialista, investir no desenvolvimento de lideranças internas é mais do que uma estratégia de recursos humanos: trata-se de uma medida essencial para garantir a Sustentabilidade e o crescimento das organizações.