“A grande tarefa atual do governo é serenar os ânimos, superar essa pandemia harmonizando as três curvas: da doença, da queda do PIB e do desemprego”, afirmou Hamilton Mourão, vice-presidente da República, durante a webinar ‘Covid-19 – A Transformação da Economia’ realizada, no dia 01 de junho, pela ABIMAQ/SINDIMAQ.
O encontro online contou ainda com a participação de João Marchesan, presidente do Conselho de Administração ABIMAQ/SINDIMAQ, e José Velloso, presidente executivo da associação, e Hernane Cauduro, coordenador do GT – Ação Política da entidade.
Com relação ao day after (dia seguinte), Mourão disse que surgirão várias oportunidades, principalmente na indústria. “Eu acho que é a hora do Brasil se apresentar como um parceiro confiável que pode receber esses novos investimentos para as grandes potências, como Estados Unidos e a China, uma vez que nós temos capacidade de sobra não apenas em termos de pessoas capacitadas, mas também, de oportunidades para absorver a demanda”.
Quando questionado sobre as dificuldades de acesso de crédito das empresas, o vice-presidente da República comentou que o assunto está sendo discutido intensamente no Ministério da Economia, mas que não pode ficar muito tempo em discussão porque interfere diretamente na retomada da economia. “Se não conseguimos preservar uma base mínima nesse atual momento a retomada será muito mais difícil e em condições muito piores”.
Outro tema debatido com Mourão foi o programa Pró-Brasil. “O que o governo está olhando nesse momento é o Pró-Brasil, que é a busca da sinergia entre o setor público e o privado. O programa está sendo ‘consertado’ sob a orientação da Casa Civil com a participação de todos os ministérios e com a visão de estar pronto, ou seja, ter um planejamento exequível, obviamente, a partir do final de agosto ou início de setembro, é quando esperamos a retomada de uma atividade mais ou menos normal aqui o Brasil”.
Para o vice-presidente da República, o Pró-Brasil tem uma visão de medidas para até 2030 pensando, principalmente, trazer os melhores projetos a fim de gerar emprego e aumentar a renda para a massa de brasileiros que está fora do mercado. “O olhar que está sendo colocado no governo é exatamente de unir os esforços e nesse sentido o nosso papel tem que ser mais como indutor do crescimento, facilitador do desenvolvimento, criador de um ambiente de negócios amigável e não um ambiente que seja hostil a quem quer investir e produzir no Brasil”.
José Velloso afirmou que como todos sabemos, para o Brasil voltar a crescer a uma taxa de 4% ao ano, teria que ter investimentos da ordem de 25% do PIB ao ano, sendo que nos últimos anos investimos apenas 15%. Ele conclui:
“Considerando a infraestrutura, seriam necessários investimentos de cerca de R$ 10 trilhões pelos próximos 20 anos para sua expansão. Hoje, aproximadamente, metade da população brasileira não possui serviço de esgoto sanitário e 40 milhões não tem água tratada com rede de abastecimento. Existem quase 40 mil obras paradas que precisam ser retomadas, sem isso, a economia não voltará a crescer”.