No próximo dia 14, as ruas do Recife Antigo serão tomadas por um cortejo multicultural que reunirá personagens e sons de diversas manifestações culturais populares do Nordeste, como reisados, pastoris, maracatus, guerreiros e o cavalo-marinho, além de orquestras sinfônicas e de frevo. O desfile marcará uma prévia inédita do tradicional espetáculo Baile do Menino Deus: Uma brincadeira de Natal, que começa às 16h e contará com mais de 300 artistas.
O evento será composto por cantores, músicos e bailarinos da ópera popular, juntamente com agremiações populares urbanas e rurais do estado. De acordo com o diretor do espetáculo, Ronaldo Correia de Brito, o objetivo é trazer para o público e turistas as brincadeiras populares típicas do ciclo natalino e carnavalesco do Nordeste, mesclando tradição e criatividade.
“Tradições como as cantigas de Lapinha e de Pastoril, por exemplo, se transformaram em marchas de bloco aqui no Recife”, destaca o diretor. O Baile do Menino Deus foi idealizado por Correia de Brito para contrapor os símbolos estrangeiros que costumam dominar o imaginário natalino, como renas, trenós, neve e o Papai Noel. O espetáculo, que atraiu mais de 70 mil pessoas nas edições anteriores, foi reconhecido como Patrimônio Imaterial de Recife.
Uma narrativa de tradição e diversidade
O Baile do Menino Deus interpreta a passagem bíblica do nascimento de Jesus de maneira criativa e livre, contando a história de dois brincantes populares chamados Mateus, que buscam chegar à casa onde nasce o sagrado. A encenação mistura figuras mitológicas e criaturas fantásticas, celebrando as influências das matrizes afrodescendente, indígena e ibérica.
A performance no palco reúne cantigas, danças, brincadeiras, rezas e outras manifestações culturais do Brasil, trazendo uma fusão rica de elementos das tradições populares nordestinas. Para 2025, o espetáculo contará com nomes renomados da música brasileira, como Flávio Leandro, ícone do forró, e o Maestro Spok, referência do frevo e do jazz.
Inclusão de novas linguagens e a presença das periferias
A produção do Baile também se distingue pela diversidade de expressões culturais. Bailarinos formados em escolas populares de frevo e dançarinos de caboclinhos e maracatus fazem parte do elenco, assim como artistas do hip-hop. “Um grupo da periferia do canal do Arruda, uma das favelas mais vulneráveis de Recife, ocupará a cena durante seis minutos. É uma apoteose e um dos maiores sucessos do espetáculo”, afirma Ronaldo Correia de Brito.
O diretor também se orgulha do legado do evento, que completará 42 anos de história e, desde 2003, se consolidou como o maior espetáculo natalino do Brasil. Este ano, o Baile do Menino Deus traz novidades, como novas músicas, textos e personagens, reforçando sua capacidade de se renovar enquanto mantém viva a essência das tradições culturais de Pernambuco.
Com informação agência Brasil.

















