PEQUIM (Reuters) – A China anunciou planos para facilitar serviços financeiros internacionais, com a expectativa de aumentar a utilização do iuan nas transações globais. A iniciativa, divulgada por uma autoridade do Banco do Povo da China, surge em um contexto de crescente tensão nas relações comerciais globais.
Recentemente, o banco central divulgou diretrizes que incentivam empresas estatais a preferirem o iuan para pagamentos e liquidações durante a expansão de suas atividades internacionais. Essa medida ocorre após a imposição de tarifas “recíprocas” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impactou o comércio mundial e agitou os mercados financeiros.
Lu Lei, vice-presidente da instituição, comentou que a complexidade do ambiente externo e o aumento do protecionismo desafiam a estabilidade econômica. “O sistema de comércio multilateral está enfrentando bloqueios, enquanto as tarifas estão em ascensão, afetando a produção global e as cadeias de suprimento”, afirmou Lu.
Ele também chamou as empresas chinesas a intensificarem seus investimentos no exterior, ressaltando que a melhora nos serviços financeiros internacionais é fundamental para fomentar o uso do iuan no comércio e no investimento.
Além disso, nesta semana, o presidente chinês, Xi Jinping, fez visitas a três países do Sudeste Asiático para solidificar laços regionais, pedindo a nações parceiras que resistam às pressões unilaterais.
De acordo com dados do serviço de mensagens financeiras Swift, em março, o iuan permaneceu como a quarta moeda mais utilizada para pagamentos globais, representando 4,13% do volume. Além disso, o uso internacional da moeda alcançou um recorde de US$724,9 bilhões no mês anterior, o que corresponde a 54,3% de todas as operações internacionais da China, conforme relatórios do órgão regulador de câmbio do país.