O desmatamento na Amazônia e no Cerrado brasileiro registrou uma redução significativa nos últimos meses, embora especialistas alertem para o aumento de incêndios florestais e degradação progressiva das áreas afetadas. Dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, apesar da diminuição nos índices de desmatamento, novas ameaças à preservação ambiental surgem, como incêndios que levam a floresta a um estado de colapso.
Amazônia: Queda no Desmatamento, Mas Crescimento de Incêndios
Na Amazônia, a queda no desmatamento foi de 33%, um reflexo de políticas públicas mais rigorosas e do monitoramento contínuo da região. Entretanto, o coordenador do Programa BiomasBR do Inpe, Cláudio Almeida, destacou que, embora os números mostrem redução, um aspecto preocupante é o aumento da degradação progressiva das áreas desmatadas, especialmente devido aos grandes incêndios florestais. Esses incêndios podem comprometer ainda mais a regeneração da floresta, levando-a a um colapso irreversível.
No estado de Mato Grosso, o desmatamento teve um aumento de 25,05%, refletindo a intensificação dos incêndios. O estado, que possui áreas vulneráveis ao fogo, continua sendo um dos mais afetados por essa problemática.
Cerrado: Continuidade da Redução no Desmatamento
No Cerrado, o desmatamento atingiu a taxa de 7.235,27 km², o que representou uma queda de 11,49% entre os períodos de agosto de 2023 a julho de 2024. Essa diminuição no desmatamento marca o segundo ano consecutivo de redução, após cinco anos de alta.
Os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia (Prodes) indicam que a maior parte do desmatamento ocorreu na região do Matopiba, que inclui os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Juntos, esses estados foram responsáveis por 78% da área desmatada no bioma Cerrado.
O Maranhão, com 28% da área desmatada, foi o estado que mais contribuiu para essa estatística, seguido por Tocantins (21%), Piauí (19%) e Bahia (11%).
Agenda Ambiental e Desafios Futuros
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que comentou os números, destacou a redução do desmatamento como uma conquista importante da atual gestão, que prioriza a agenda ambiental. Ela afirmou que o Brasil tem dado passos importantes para enfrentar as mudanças climáticas e proteger os ecossistemas essenciais para o país, ressaltando que a proteção ambiental é crucial para o desenvolvimento econômico sustentável.
A ministra também sublinhou que os esforços de redução do desmatamento são fundamentais para que o Brasil contribua de forma significativa no combate às mudanças climáticas globais, o que traz benefícios diretos para a população brasileira, que já enfrenta os impactos de eventos climáticos extremos, como secas e inundações.
Avanços no Monitoramento e Prevenção
Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, enfatizou o papel crucial do monitoramento ambiental. Ela destacou o avanço nos mecanismos de monitoramento de precisão desenvolvidos pelo Inpe, que permitem uma visão clara da realidade do território brasileiro. Esses avanços são essenciais para que as ações de prevenção e combate ao desmatamento sejam mais eficazes.
“A excelência do Inpe e o monitoramento de precisão que realizamos são o alicerce que nos permite enxergar a realidade do nosso território e, a partir daí, fornecer subsídios às ações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima”, afirmou a ministra.
Conclusão
Embora o Brasil tenha mostrado avanços significativos no combate ao desmatamento, as preocupações com a degradação ambiental continuam. O aumento de incêndios e a degradação das áreas desmatadas indicam que a luta pela preservação dos biomas brasileiros está longe de ser concluída. O fortalecimento das políticas públicas, o aprimoramento dos sistemas de monitoramento e o engajamento da sociedade continuam sendo essenciais para garantir a sustentabilidade e a saúde dos ecossistemas do país.
Fonte//Agência Brasil.












 
					



