O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu, na noite desta quinta-feira, um jantar no Palácio da Alvorada aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em um gesto de apoio institucional à Corte e, especialmente, ao ministro Alexandre de Moraes, alvo recente de sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Global Magnitsky.
O encontro, que reúne representantes dos Três Poderes, ocorre um dia após o anúncio oficial do governo norte-americano, liderado pelo presidente Donald Trump, que acusa Moraes de violações de direitos humanos e perseguição política — alegações que o governo brasileiro classificou como “inaceitáveis”.
Estiveram presentes no jantar o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e os ministros Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin e o próprio Alexandre de Moraes. Também compareceram o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Reação oficial do presidente Lula
Na noite de quarta-feira (30), em resposta às medidas dos EUA, o presidente Lula afirmou em nota oficial:
“O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira.”
Contexto: escalada diplomática
A sanção contra Moraes é a segunda ação direta do governo Trump. Em 18 de julho, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a revogação dos vistos do ministro, de seus familiares e de supostos aliados no STF.
A decisão veio logo após a abertura, por parte de Moraes, de um inquérito contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar é investigado por atuar, durante sua licença do mandato nos Estados Unidos, junto ao governo Trump, com o objetivo de articular retaliações contra ministros da Suprema Corte e tentar influenciar o andamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O jantar no Alvorada é visto por analistas como um ato simbólico de unidade institucional e afirmação da soberania nacional diante de pressões externas.
Fonte: Agência Brasil