A decisão de comprar dólar em 2025 tornou-se um ponto de atenção para muitos brasileiros, seja para viagens, investimentos ou proteção patrimonial.
Com projeções indicando uma tendência de alta para a moeda americana, impulsionada por incertezas fiscais no Brasil e políticas globais, a questão é: este é o momento certo de adquirir a moeda ou seria melhor aguardar?
Este artigo analisa fatores econômicos, previsões de especialistas e estratégias práticas para orientar quem está diante dessa escolha.
O que influencia a cotação do dólar em 2025?
Diversos elementos, tanto internos quanto externos, afetam o valor do dólar neste ano. No Brasil, o crescimento da dívida pública, o pacote fiscal apresentado por Haddad — visto como insuficiente por analistas — e a inflação pressionam o real.
A falta de credibilidade nas ações do governo para acalmar o mercado também contribui para a desvalorização da moeda local.
Fora do País, as políticas monetárias do Federal Reserve, que podem manter os juros elevados, e as propostas de Donald Trump, como taxação de produtos importados e deportação de imigrantes, são vistas como inflacionárias, potencialmente fortalecendo a moeda americana.
“O dólar é um termômetro de risco. Quanto maior o risco percebido no País, mais o real se desvaloriza frente ao dólar”, observa Daniel Haddad, diretor de investimentos da Avenue.
- Fatores que moldam o câmbio:
- Crescimento da dívida pública brasileira;
- Políticas monetárias do Federal Reserve;
- Medidas protecionistas de Trump e tensões comerciais globais;
- Ações do governo para acalmar o mercado.
Previsões para o dólar em 2025: o que dizem os especialistas?

As projeções convergem para um dólar em alta ao longo de 2025, refletindo as incertezas do mercado, mas com diferentes graus de otimismo e pessimismo entre os analistas.
O consenso entre economistas é de que a moeda continuará subindo, especialmente devido à baixa credibilidade na gestão fiscal brasileira — associada à priorização do mercado financeiro em vez de Políticas públicas e sociais.
A primeira edição do Boletim Focus, do Banco Central, projeta R$ 6 em dezembro. Ângelo Belitardo, da Hike Capital, estima oscilações entre R$ 5,70 e R$ 6,30, enquanto a MacroSector prevê R$ 6,30 no fim do ano.
O BTG Pactual apresenta panoramas variados: em um cenário base, estima R$ 6,25 para o final de 2025; em caso de piora fiscal, o dólar pode ultrapassar R$ 7; já em um cenário de ajuste e credibilidade, poderia recuar para R$ 5,20.
Algumas casas de análise chegam a projetar o dólar acima de R$ 7 em cenários extremos. Apesar da tendência de alta, a volatilidade deve marcar o ano.
“Estamos falando do maior mercado de capitais do mundo, com empresas que lideram mudanças tecnológicas, enquanto no Brasil temos empresas ligadas à economia do passado”, ressalta Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP.
Dólar vs. Real: Como o cenário econômico pode afetar seu bolso
A dinâmica entre dólar e real impacta diretamente o cotidiano. Um dólar mais caro eleva os custos de produtos importados e pode pressionar a inflação, mas beneficia exportadores.
A incerteza sobre o equilíbrio fiscal no Brasil, somada ao fortalecimento da renda fixa americana, tende a enfraquecer o real.
Cenário | Impacto no Turismo | Impacto na Importação | Impacto na Exportação |
Dólar alto | Viagens mais caras | Produtos importados sobem | Lucro maior para exportadores |
Dólar baixo | Viagens mais acessíveis | Produtos mais baratos | Margens reduzidas |
Comprar dólar agora faz sentido para quem planeja viajar?
Para quem organiza viagens em 2025, a sugestão é adquirir a moeda gradualmente. Com projeções entre R$ 5,20 e R$ 6,30, e possibilidade de picos a R$ 7, a compra mês a mês reduz os riscos de oscilações bruscas. Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, explica:
“Além de evitar ficar refém de uma cotação, essa recorrência evita o custo de oportunidade”.
Investir em dólar é uma boa opção em 2025?
Expor parte do patrimônio ao dólar é uma estratégia considerada por muita gente diante das incertezas. A Ágora Investimentos sugere até 11% de alocação para investidores arrojados, enquanto Daniel Haddad, da Avenue, recomenda 30%.
Mariana Conegero, da The Hill Capital, indica de 5% a 15% para conservadores, 15% a 30% para moderados e até 50% para arrojados. Fundos cambiais, ETFs como o IVVB11 e ações na Bolsa americana, com retorno médio de 9% ao ano, estão entre as opções.
É importante destacar que o investimento internacional não deve se basear apenas na movimentação do dólar, mas em uma tese forte do ativo escolhido, como ações, fundos ou títulos do Tesouro Americano.
Qual o melhor momento para comprar dólar neste ano?
A compra parcelada é vista como a abordagem mais segura para lidar com a volatilidade prevista. Especialistas aconselham evitar aquisições concentradas, especialmente em momentos de incerteza fiscal ou após anúncios de políticas externas.
Dólar turismo ou comercial: Qual vale mais a pena?
O dólar turismo, comum em viagens, inclui taxas e IOF, o que o torna mais caro. Já o dólar comercial é mais vantajoso para investimentos, acessível via fundos ou ETFs. Para quem viaja, a compra gradual é sugerida. Para investidores, instrumentos como fundos multimercado ou títulos do Tesouro Americano são alternativas eficientes.
Existem alternativas ao dólar que merecem atenção?

Além de adquirir a moeda diretamente, outras opções incluem ações de empresas americanas com baixo endividamento, como Berkshire Hathaway, JP Morgan, Morgan Stanley e Bank of America, indicadas por Belitardo.
Títulos do Tesouro Americano, com retorno de até 5% ao ano, são alternativas para perfis conservadores. Gabriel Tossato, da Ágora Investimentos, destaca:
“É semelhante a estar comprando nessas empresas em dólar, expondo-se tanto às ações quanto ao câmbio.”
Melhores formas de comprar dólar em 2025
As opções para adquirir dólar abrangem casas de câmbio, plataformas digitais e bancos. Para fins de investimento, fundos cambiais, ETFs como o IVVB11, fundos multimercado e títulos do Tesouro Americano são mencionados. Ações de empresas americanas resilientes também entram na lista.
- Dicas para economizar:
- Comparar taxas entre corretoras e bancos;
- Priorizar compras graduais;
- Evitar câmbio em aeroportos devido aos custos elevados.
Comprar ou esperar? Fatores para decidir em 2025
Em última análise, a escolha de comprar dólar agora ou adiar depende do propósito. Para viagens, a compra recorrente é indicada diante das projeções de alta.
Para investimentos, a exposição varia de 5% a 50%, com alternativas como renda fixa americana (5% ao ano) ou Bolsa dos EUA (9% ao ano). A incerteza fiscal e as políticas de Trump reforçam a busca por diversificação, mas Rodrigo Sgavioli, alerta:
“O foco deve estar na tese do ativo, não apenas no dólar”.
Por fim, as perspectivas para o dólar em 2025 sugerem um ano de desafios e oportunidades, com fontes convergindo na recomendação de dolarizar a carteira, mas divergindo nas projeções específicas e alocações.
Em cenários extremos, como o de R$ 7 apontado pelo BTG Pactual, a cautela é essencial. A decisão, no entanto, deve refletir objetivos pessoais e tolerância a riscos.