O Crédito do Trabalhador, também conhecido como Consignado CLT, tem se consolidado como uma opção de empréstimo para trabalhadores formais, com um volume significativo de recursos já liberados.
Segundo dados mais recentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com a Dataprev, o programa já disponibilizou cerca de R$ 3,1 bilhões em empréstimos a mais de 500 mil trabalhadores. Com uma parcela média de R$ 349,20 e prazo médio de 18 meses, a modalidade se propõe a ser mais acessível, embora as taxas de juros aplicadas ainda se mostrem semelhantes ou até superiores às da linha tradicional de crédito consignado.
Rubens Neto, especialista em Crédito Consignado e diretor da Crédito Popular, destaca a importância de uma análise cuidadosa antes de contratar o crédito. “O consumidor deve avaliar o valor da parcela e as outras despesas mensais para garantir que conseguirá arcar com todas as obrigações sem comprometer seu orçamento”, recomenda.
Funcionamento e Popularidade do Consignado CLT
A popularidade do Consignado CLT se deve a alguns fatores, como a segurança e a comodidade que ele oferece. As parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, o que elimina a necessidade de controlar boletos ou se preocupar com eventuais atrasos.
Além disso, a modalidade é vista como uma alternativa com menor risco de inadimplência, o que torna a operação mais confiável tanto para o tomador quanto para a instituição financeira.
No entanto, as taxas de juros podem variar consideravelmente, o que exige atenção por parte dos consumidores. Embora o MTE ainda não tenha divulgado o juro médio da modalidade, algumas instituições financeiras já informaram suas taxas.
O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Facta Financeira oferecem taxas anuais que variam de 18,99% a 45,67%, enquanto bancos como Itaú, Agibank e Parati apresentam taxas de até 87% ao ano. Essas taxas estão acima da média de 45,16% do crédito pessoal no país, conforme dados do Banco Central de janeiro de 2025.
Dada a variação de juros, Rubens Neto reforça a importância de uma análise detalhada das condições do empréstimo. “É fundamental comparar as taxas e ler atentamente as cláusulas contratuais. Se houver qualquer dúvida, o consumidor deve buscar esclarecimentos com a instituição financeira”, aconselha.
Recomendações para um Empréstimo Consignado Consciente
Rubens Neto também sugere algumas estratégias para que o consumidor utilize o Crédito do Trabalhador de forma responsável:
1. Evite solicitar outros empréstimos enquanto já tiver um compromisso com o crédito consignado
É importante manter o limite de 30% da renda comprometido com o pagamento do crédito consignado.
2. Verifique o impacto das parcelas no orçamento
Antes de contratar o crédito, é essencial saber exatamente quanto será descontado da sua renda mensal.
3. Reduza o valor das parcelas se necessário
Caso o valor das parcelas seja muito alto, a recomendação é tentar ampliar o prazo de pagamento ou reduzir o valor total do empréstimo para ajustar o valor das parcelas à capacidade financeira.
4. Utilize o crédito apenas em situações realmente necessárias
O crédito consignado deve ser utilizado com cautela, especialmente quando se tem certeza de que as parcelas não irão comprometer o orçamento durante o período de pagamento.
Disponibilidade do Crédito
O Crédito do Trabalhador foi oficialmente lançado no dia 21 de março e está disponível exclusivamente na Carteira de Trabalho Digital para todos os trabalhadores formais.
A partir de 25 de abril, o crédito também poderá ser acessado por meio das plataformas digitais dos bancos, mas as parcelas continuarão sendo descontadas diretamente da folha de pagamento, respeitando o limite de 35% da renda mensal para comprometimento com o crédito.
Embora o Crédito do Trabalhador apresente facilidades e benefícios, é essencial que os trabalhadores interessados em contrair essa modalidade de empréstimo façam uma avaliação cuidadosa de suas finanças pessoais e das condições oferecidas pelas instituições financeiras.