Durante a inauguração da Ponte Internacional da Integração Brasil–Paraguai, em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a obra simboliza a opção pela paz e pela cooperação entre os países da América do Sul. Em discurso na fronteira com o Paraguai, Lula lamentou que, em outras regiões do mundo, governos optem por construir muros em vez de pontes.
A nova estrutura liga Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco. Com 760 metros de extensão e vão-livre de 470 metros — o maior do continente —, a ponte conta com duas pistas simples de 3,6 metros de largura cada.
Lula informou que o presidente do Paraguai, Santiago Peña, fará a inauguração da parte da obra no território paraguaio no sábado (20). Segundo o presidente brasileiro, a liberação do tráfego ocorrerá de forma gradual, em razão da infraestrutura ainda em implantação do lado paraguaio. Ele garantiu a presença de equipes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Receita Federal para a operação inicial.
O presidente destacou o potencial da nova ligação para ampliar o comércio bilateral. De acordo com ele, a ponte deve impulsionar o fluxo econômico entre os dois países, com a circulação de bilhões de dólares em mercadorias.
Investimentos e execução da obra
A Ponte da Integração é do tipo estaiada e sustentada por duas torres de 190 metros de altura, equivalentes a edifícios de cerca de 54 andares. A obra recebeu investimentos totais de R$ 1,9 bilhão e integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Do total aplicado, R$ 712 milhões foram financiados pelo governo brasileiro por meio da Itaipu Binacional. Desse montante, R$ 372 milhões foram destinados à construção da ponte e R$ 340 milhões às obras da Perimetral Leste, que seguem em execução até novembro de 2025.
O modelo de execução foi tripartite, com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) como órgão proprietário, o governo do Paraná como executor e a Itaipu Binacional responsável pelo repasse dos recursos.
Considerada prioridade estratégica desde 2012, a obra passou por processos de licitação, licenciamento ambiental e projetos de engenharia, com licença ambiental concedida pelo Ibama em fevereiro de 2017. Após a definição da Itaipu como agente financiador, em 2018, a construção teve início em 2019 e foi concluída fisicamente em outubro de 2023.
Operação gradual do tráfego
A inauguração marca a entrega da segunda ligação viária sobre o Rio Paraná entre Brasil e Paraguai, 60 anos após a abertura da Ponte da Amizade. Atualmente, essa ligação mais antiga concentra um fluxo diário estimado em 100 mil pessoas e 45 mil veículos, segundo a Receita Federal.
A nova rodovia de acesso, com 14,7 quilômetros de extensão, conecta a BR-277 à ponte e desvia o tráfego de caminhões do centro urbano de Foz do Iguaçu, contribuindo para a Mobilidade urbana e a segurança viária.
De acordo com o governo federal, a operação da ponte ocorrerá de forma progressiva para permitir a adaptação dos órgãos de fiscalização. Na primeira fase, a travessia será liberada apenas para caminhões sem carga, em horários definidos pela Receita Federal e pela PRF. Ônibus de turismo fretados deverão ser autorizados a circular em breve.
A liberação total para veículos de carga está prevista entre o fim de 2026 e o início de 2027, condicionada à conclusão do Corredor Metropolitano del Este, no Paraguai, que garantirá a infraestrutura completa de acesso à nova ponte.
Com informação agência Brasil.






















