A Ação da Cidadania deu início, na terça-feira (11), à edição de 2025 do Natal Sem Fome, a maior mobilização social do Brasil, com o tema “Ilumine o Natal de quem precisa”. O objetivo da campanha é, mais uma vez, reunir pessoas de todo o país em torno da causa de combater a fome e promover a solidariedade, oferecendo alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade. As doações podem ser feitas no site oficial da campanha.
Mobilização para combater a fome no Natal
Em entrevista, o diretor executivo da Ação da Cidadania, Rodrigo “Kiko” Afonso, destacou a importância da ação, lembrando que todos os anos a organização leva alimentos para famílias que, muitas vezes, são invisíveis aos olhos da sociedade. “São histórias que parecem distantes, mas estão muito próximas — nas grandes cidades, nas nossas rotinas. Muitas pessoas que trabalham em supermercados, feiras ou restaurantes voltam para casa com fome, porque não têm dinheiro suficiente para se alimentar adequadamente”, afirmou Afonso. Segundo ele, a insegurança alimentar permanece presente na vida de muitos brasileiros, que se veem forçados a consumir alimentos ultraprocessados, devido à falta de acesso a uma alimentação saudável e regular.
Voluntários em todo o país garantem a distribuição
A Ação da Cidadania conta com mais de 3.000 comitês comunitários em todo o país, compostos por voluntários que se mobilizam para identificar as famílias mais necessitadas e garantir que as cestas básicas cheguem até elas. Essas ações vão além da distribuição de alimentos, oferecendo também presença, apoio e a certeza de que ninguém deve passar o Natal sem ter o que comer. Para 2025, a meta da campanha é distribuir mais de 2.000 toneladas de alimentos em todo o território nacional.
Insegurança alimentar ainda é um desafio
Apesar de o Brasil ter saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), a insegurança alimentar continua a ser um problema persistente no país. Dados do IBGE de 2024 indicam que cerca de 24,2% dos domicílios brasileiros enfrentam algum grau de insegurança alimentar, o que representa mais de 60 milhões de pessoas sem acesso pleno e regular à alimentação adequada. Além disso, a fome atinge de forma desproporcional as mulheres e as crianças, sendo que quase 60% dos lares afetados são chefiados por mulheres, e as famílias de baixa renda estão entre as mais impactadas pela falta de acesso à comida.
A luta contínua contra a fome
Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania e filho de Betinho (Herbert de Souza), criador da campanha, também comentou a continuidade da mobilização, ressaltando a indignação de seu pai, que, caso estivesse vivo, completaria 90 anos em 2025. “Se Betinho estivesse vivo, estaria indignado, como todos nós, com os milhões de brasileiros que ainda passam fome. Embora o Brasil tenha saído do Mapa da Fome, a insegurança alimentar ainda é uma realidade distante de ser erradicada”, afirmou Souza.
Ele reforçou que o Natal Sem Fome continua sendo uma mobilização simbólica, mas com um impacto profundo. “Aliviar a fome no Natal sempre foi o objetivo dessa campanha. A solidariedade é um valor fundamental em qualquer sociedade, e o alimento é um direito universal e constitucional no Brasil”, disse. Daniel Souza ainda acrescentou: “O sonho do meu pai, e o melhor presente que ele poderia receber, seria ver a campanha Natal Sem Fome desnecessária. Enquanto isso não acontecer, a Ação da Cidadania convoca a população para fazer a sua parte. Erradicar a fome é o próximo passo”.
A campanha e seu legado
Criada em 1993 por Betinho, a campanha Natal Sem Fome segue firme com o mesmo propósito que a inspirou há mais de três décadas: garantir o direito à alimentação digna para todos os brasileiros.
Fonte// Agência Brasil.

















