A revolução silenciosa das stablecoins
A Tether, emissora da stablecoin USDT, consolidou-se como uma das empresas mais influentes do setor financeiro digital. Atualmente, o token movimenta mais de US$ 173 bilhões no mercado global, tornando-se o principal ativo estável utilizado em negociações e transferências internacionais.
O modelo da empresa é simples, mas poderoso: converter dólares em ativos digitais estáveis, permitindo transações rápidas, baratas e acessíveis a qualquer hora e em qualquer lugar do mundo. Essa proposta tem beneficiado desde grandes corporações até famílias em países com moedas instáveis, que veem no USDT uma forma de preservar o poder de compra.
Lucro recorde e eficiência inédita
De acordo com dados recentes, a Tether registrou lucro anualizado superior a US$ 20 bilhões em 2025, com uma equipe de aproximadamente 200 funcionários.
O número impressiona: são cerca de US$ 100 milhões de lucro por colaborador, o que coloca a empresa muito à frente de gigantes tradicionais.
Para efeito de comparação, o Google gera cerca de US$ 2 milhões por funcionário, enquanto o Goldman Sachs alcança aproximadamente US$ 2,7 milhões. Essa discrepância revela o grau de eficiência e escalabilidade que o modelo de stablecoins pode atingir, especialmente em um cenário global de juros elevados.
Avaliação bilionária e impacto econômico
A Tether discute atualmente uma rodada de avaliação que pode chegar a US$ 500 bilhões, colocando-a no mesmo patamar de empresas como Meta e Visa.
O diferencial é que, enquanto essas corporações possuem estruturas robustas e amplas operações globais, a Tether mantém uma estrutura operacional enxuta e baseia seu negócio em juros sobre reservas.
Essa combinação de escala, eficiência e timing econômico tem alimentado discussões sobre a possibilidade de a Tether se tornar a empresa mais lucrativa da história.
Um novo ciclo de inovação
Especialistas avaliam que o fenômeno da Tether representa uma nova fase do capitalismo digital — marcada por negócios de alta eficiência e impacto global.
Empresas emergentes nas áreas de inteligência artificial e criptomoedas têm demonstrado um ritmo de avanço que supera os modelos tradicionais das chamadas Big Techs.
A chamada Lei de Moore, que por décadas descreveu o ritmo da Inovação tecnológica, já não é suficiente para explicar a velocidade de crescimento dessas novas companhias.
Em um cenário onde dados, automação e descentralização impulsionam mercados, surgem modelos de negócio capazes de gerar resultados sem precedentes.
Um futuro além das Big Techs
A ascensão da Tether é vista como um marco na transformação financeira global. Combinando tecnologia, liquidez e eficiência, a empresa simboliza o início de um novo ciclo econômico, no qual as organizações mais bem-sucedidas não serão necessariamente as maiores, mas as mais rápidas e escaláveis.
A tendência aponta para um futuro em que empresas digitais de alta performance redefinem o conceito de rentabilidade, impulsionando um mercado em constante evolução — e mostrando que o próximo capítulo da inovação global pode vir de setores até pouco tempo considerados marginais.