Nas últimas semanas de junho, mês dedicado ao Meio Ambiente, especialistas, empresas, acadêmicos e representantes do poder público participaram de debates e transmissões on-line para discutir práticas ligadas ao ESG — sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança.
O tema tem ganhado cada vez mais espaço nas agendas corporativas e institucionais, mas ainda enfrenta o desafio de ser incorporado de forma efetiva no cotidiano das organizações, escolas, governos e da população.
A discussão ocorre em um momento crucial: a chamada “década da ação” da Agenda 2030 da ONU, que reúne 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O papel da Tecnologia
Um dos pontos debatidos foi como a tecnologia pode acelerar a implementação de soluções ambientais, sociais e de governança. No livro Como Evitar um Desastre Climático, Bill Gates, fundador da Microsoft, apresenta cinco perguntas centrais para enfrentar as mudanças climáticas:
- Como geramos energia?
- Como fabricamos produtos?
- Como cultivamos alimentos?
- Como realizamos o transporte?
- Como aquecemos e resfriamos ambientes?
Segundo Gates, compreender e responder a essas questões é fundamental para promover transformações significativas.
Startups e inovação no ESG
Dados do relatório Inside ESG Tech (2021), produzido pelo Distrito Dataminer, mostram que há 740 startups brasileiras atuando com impacto direto em áreas do ESG. Em 2000, eram apenas 23. Do total atual, 36% focam no aspecto social, 35% no ambiental e 29% na governança.
Entre as iniciativas ambientais, destacam-se a Moss.Earth, que trabalha com créditos de carbono tokenizados, e a Trashin, especializada em gestão de resíduos.
No campo social, estão empresas como a Zenklub (saúde emocional) e a Incentiv.me (inovação tributária para projetos sociais). Na governança, surgem soluções como a Egalitê (inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho) e a Ecotrace (rastreabilidade de alimentos no agronegócio).
Desafios e oportunidades
O avanço tecnológico oferece oportunidades para aliar inovação e sustentabilidade, mas especialistas alertam que é preciso ampliar investimentos e educação na área. “Mais do que criar novas soluções, é necessário informar e envolver um número maior de pessoas sobre o desenvolvimento sustentável e o papel da tecnologia nesse processo”, avaliam os participantes dos debates.