O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir desta segunda-feira, serão aplicadas tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida tem o objetivo de fortalecer a indústria siderúrgica americana, mas levanta preocupações sobre seus efeitos no comércio global.
Países exportadores de aço e alumínio para os EUA, como Brasil, Canadá e México, podem ser diretamente afetados. O Brasil, por exemplo, é um dos maiores fornecedores de aço para o mercado americano, e essa tarifa pode reduzir a competitividade do produto brasileiro. Isso pode levar a uma queda nas exportações e impactar a indústria nacional.
![As novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio: impactos e possíveis desdobramentos para o Brasil 4 As novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio: impactos e possíveis desdobramentos para o Brasil Hugo Garbe professor](https://revistacapitaleconomico.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Hugo-Garbe-professor.webp)
Na opinião do especialista, Hugo Garbe, professor de Ciências Econômicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), para o Brasil, as consequências podem ser significativas. O setor siderúrgico brasileiro exporta uma parte relevante de sua produção para os Estados Unidos, e a imposição de tarifas pode reduzir essa demanda. Com menos exportações, empresas do setor podem enfrentar dificuldades financeiras, afetando empregos e investimentos. Além disso, se o Brasil decidir retaliar com tarifas sobre produtos americanos, pode haver impactos em outras cadeias produtivas que dependem do comércio bilateral.
A decisão também pode provocar reações de outros países. A União Europeia já indicou que pode adotar tarifas sobre produtos americanos como resposta. Esse tipo de movimento aumenta o risco de uma escalada protecionista, em que medidas e contramedidas dificultam o comércio internacional.
Para os próprios Estados Unidos, há um efeito colateral importante: a alta nos preços de insumos essenciais para diversas indústrias. Setores que dependem de aço e alumínio importados, como o automotivo e o de construção, podem ver seus custos aumentarem, o que pode se refletir em preços mais altos para os consumidores. Além disso, se outras indústrias forem prejudicadas, a medida pode gerar perdas de empregos em áreas que dependem desses materiais.
O protecionismo tem como objetivo proteger empregos e fortalecer setores estratégicos, mas seu impacto nem sempre é positivo no longo prazo. No cenário atual, essa decisão pode trazer mais incertezas para o comércio global e aumentar tensões entre países. O desafio será encontrar um equilíbrio entre fortalecer a indústria americana e evitar impactos negativos para parceiros comerciais e consumidores.