Dia após dia o entendimento do brasileiro sobre o que significa investimento tem se transformado, o que acaba aumentando o interesse por entender melhor o Tesouro Direto.
Essa opção de investimento em renda fixa é uma das mais seguras que existem e é destinada a investidores que gostariam de proteger o seu dinheiro, em um regime semelhante ao visto na poupança.
Porém, o Tesouro Direto não está restrito apenas a poupadores reformados e/ou investidores conservadores. Essa opção está entre os títulos públicos com melhor rendimento e liquidez, proporcionando uma ótima forma de composição da carteira de investimentos.
O que é o tesouro direto?
O Tesouro Direto foi criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, com a proposta de emitir títulos públicos do governo que pudessem ser comprados por qualquer cidadão.
Esses “papéis” do governo são disponibilizados a partir de R$ 30,00 e, ao comprar algum, o investidor está na verdade emprestando dinheiro ao governo.
Hoje em dia vários bancos emitem títulos do Tesouro Direto e é possível comprá-los com facilidade. Além disso, se você comprar um dos títulos e quiser resgatar amanhã, por exemplo, não tem problema, pois a liquidez é diária.
Quanto à segurança do dinheiro, o investidor pode ficar tranquilo. Como foi dito anteriormente, o Tesouro Direto tem elevados patamares de segurança, em comparação com títulos de renda variável e outros tipos de investimento.
No que diz respeito ao rendimento, esse título do governo, assim como todos os outros, têm a rentabilidade indexada à taxa Selic (taxa básica de juros), que até a publicação deste artigo está em torno de 13,25% ao ano.
Quais os tipos de títulos públicos?
Não existe apenas um tipo de Tesouro Direto, mas sim alguns que estão distribuídos entre prefixados, pós-fixados e híbridos. As diferenças entre eles são vistas basicamente no tipo de remuneração utilizado e na rentabilidade oferecida.
Quem investe em títulos prefixados já sabe no momento do investimento quanto o seu dinheiro vai render durante o prazo de vencimento.
Investidores que optam por opções de títulos pós-fixados sabem apenas os critérios da remuneração, mas só saberão o valor do rendimento da aplicação quando resgatarem o investimento.
Já as pessoas que compram títulos do Tesouro Direto com rentabilidade híbrida, contam com a previsão de metade do rendimento, enquanto a outra metade pode variar de acordo com alguns indicadores.
Abaixo estão listadas e explicadas as principais opções de Tesouro Direto disponíveis. Acompanhe!
Tesouro Selic (LFT)
O Tesouro Selic é pré-fixado e o rendimento do investimento é espelhado ao percentual da taxa Selic, podendo variar de acordo com altas ou baixas da taxa básica de juros.
Os investidores que optam por essa opção podem sacar o seu dinheiro a qualquer momento, o que motiva muitas pessoas a usarem o LFT como reserva de emergência.
Independente de quanto tempo passe investido, o dinheiro sempre rende alguma coisa e estará em segurança.
Tesouro Prefixado (LTN)
Quem investe no LTN já fica sabendo quanto terá de rendimento sobre o valor investido no ato do investimento. Contudo, é necessário esperar o vencimento para ter aquele percentual garantido.
Esse título público também tem liquidez diária, mas ao sacar o dinheiro antes do vencimento o investidor pode ter até mesmo prejuízo, pois antes do vencimento não há garantias, uma vez que a taxa básica de juros, indexador do título, é variável.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais é semelhante à opção anterior em quase tudo, com exceção de que no NTN-F o investidor recebe os chamados cupons a cada seis meses, que são os rendimentos do investimento até determinada data.
Com isso, a pessoa não precisa esperar o vencimento para receber o seu rendimento, podendo vê-los duas vezes ao ano. Isso permite um aumento de patrimônio mais rápido, pois o valor que rendeu pode ser reinvestido ou usado para compor o orçamento de alguma forma.
Contudo, é necessário frisar que todas as vezes que os rendimentos caem há a aferição do Imposto de Renda na fonte, onde cerca de 22,5% do valor do rendimento é cobrado pelo fisco.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
O Tesouro IPCA+ é mais uma opção de investimento híbrida, com parte do rendimento advindo de uma taxa prefixada e parte sendo controlada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Com essa modalidade de rendimento, o investidor sabe quanto o seu dinheiro vai render pelo menos em parte. Inclusive, a parte prefixada do NTN-B Principal compreende a maior parte do percentual de rendimento.
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)
Para investidores que desejam receber os rendimentos de suas aplicações a cada seis meses, existe o título NTN-B, conhecido como Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais.
Essa opção funciona da mesma forma que o NTN-B Principal, com a diferença de que os valores da correção do investimento são disponibilizados duas vezes ao ano.
As regras de saque são as mesmas do NTN-F (Tesouro Prefixado com Juros Semestrais). Se o investidor decidir sacar o valor investido antes do prazo do vencimento, pode sofrer até mesmo prejuízos, a depender do valor da taxa Selic no momento.
Como funciona o tesouro direto?
Ao longo do texto a maioria das perguntas acerca do Tesouro Direto foram respondidas com clareza. Porém, algumas questões podem ainda estar presentes na mente do leitor.
Por causa disso, preparamos uma série de perguntas rápidas sobre o funcionamento desse título público, além de outros questionamentos.
Entre as perguntas e respostas a seguir estão os reforços de posições já dadas e respostas ainda inéditas. Veja!
Valor mínimo de investimento e taxas atreladas
O preço de cada título emitido pelo Tesouro Direto é definido pelo valor que o Tesouro Nacional estipula para cada papel. Contudo, os investidores comuns podem comprar frações dos títulos emitidos.
As frações, por sua vez, custam a partir de 1% do título em si. E, como supracitado, o valor mínimo de investimento está na casa de R$ 30,00, o que significa dizer que existem títulos completos custando R$ 3 mil.
Quanto rende?
O rendimento do Tesouro Direto pode ser prefixado, pós-fixado ou híbrido. Os títulos prefixados e pós-fixados rendem geralmente o valor da Selic atual.
Já os títulos híbridos têm metade dos rendimentos baseados em uma fração da Selic, e metade em outros indicadores que podem ser voláteis, como o IPCA.
Quando eu posso sacar o dinheiro investido?
Em geral, todas as opções de Tesouro Direto têm liquidez diária. Ou seja, permitem o resgate do dinheiro investido a qualquer hora.
Porém, algumas opções podem apresentar interferências no rendimento se forem sacadas antes do prazo de vencimento.
Existem custos relacionados?
A B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), é a instituição que faz a guarda dos títulos de Tesouro Direto emitidos e adquiridos por investidores. O órgão cobra 0,25% ao ano para manter a custódia dos títulos e o valor é calculado com base no montante investido.
Porém, essa regra só se aplica a investidores que aplicam valores acima de R$ 10 mil. Quem tem abaixo desse valor investido não precisa pagar nem mesmo essa taxa, que é irrisória.
Como funciona a tributação desse tipo de investimento?
Investimentos no Tesouro Direto sofrem a cobrança de Imposto de Renda, que é aferido na fonte. O percentual cobrado é de 22,5% sobre os lucros obtidos com a aplicação.
Para investidores que resgatam suas aplicações antes de 30 dias da data do investimento, também é cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Tanto o IR quanto o IOF são regressivos. Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menos imposto será pago.
Quais são os horários de funcionamento?
O horário disponível para fazer investimentos no site do Tesouro Direto é de 09h30 às 18h, de segunda a sexta.
Bancos e corretoras costumam seguir esse mesmo horário para aplicações e movimentações referentes aos títulos públicos.
Como funcionam vencimentos e resgates?
O vencimento dos títulos públicos é a data estipulada pelo governo para pegar o papel de volta. É geralmente nessa data que os rendimentos são pagos aos investidores, junto com o montante investido.
Entretanto, alguns tipos de títulos de Tesouro Direto enviam cupons semestrais aos investidores, que nada mais são que os valores dos rendimentos.
Também é possível resgatar o valor investido antes do prazo do vencimento real do título, como já repetimos algumas vezes.
Posso perder dinheiro com o Tesouro Direto?
Sim. Isso pode ocorrer em casos de liquidação antecipada do título (antes da data de vencimento). Isso porque algumas opções de Tesouro Direto têm rendimentos indexados a taxas voláteis, como o IPCA.
Com isso, se o investidor liquidar o título em uma época que o rendimento estiver abaixo daquele visto no dia do investimento, pode acabar tomando prejuízo. Vale destacar que essa situação não é tão comum.
Quais são as garantias do Tesouro Direto?
A verdade é que nenhum tipo de investimento é 100% seguro, mas sem a menor sombra de dúvidas, os títulos emitidos pelo governo são as opções que apresentam maior grau de segurança.
O Tesouro Direto, assim como outras opções a exemplo de CDB, LCI e LCA, são cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso quer dizer que mesmo que o governo quebre, o que dificilmente irá acontecer, o investidor pode receber o seu montante investido e o valor dos rendimentos.
Porém, o FGC só cobre até R$ 250 mil investidos por CPF. Acima disso, o investidor está por sua conta e “risco”.
Como escolher o melhor título?
Para escolher a melhor opção de Tesouro Direto, tenha em mente as suas necessidades e estude bem os detalhes de cada opção.
Em resumo, para quem deseja uma opção mais perene para a composição de uma reserva de emergência, o Tesouro Selic é o mais indicado.
Mas para quem deseja fazer investimentos a longo prazo, as outras opções possíveis são melhores, apesar de oferecerem maior volatilidade.
Como investir no Tesouro Direto?
Não existem segredos para realizar um investimento no Tesouro Direto. Basta seguir esse passo a passo simples:
- Abra uma conta em uma corretora, ou visite a seção de investimentos em Renda Fixa do seu banco;
- Localize as opções para investir no Tesouro Direto;
- Faça o seu cadastro no Tesouro Nacional (que pode ser totalmente feito pela própria corretora ou na plataforma do Tesouro Direto);
- Escolha um título que esteja dentro das suas condições e expectativas;
- Finalize a ordem de investimento, autorizando a corretora a investir o seu dinheiro.
- Acompanhe o seu investimento.
Após finalizar esse passo a passo, você já pode se considerar um investidor do Tesouro Direto.
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