A Venezuela anunciou o envio de 25 mil soldados para reforçar suas fronteiras e costas, em uma operação que autoridades classificaram como necessária para combater o narcotráfico.
Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a medida amplia destacamentos já existentes em dois estados que fazem fronteira com a Colômbia. As tropas instalaram operações nas montanhas, com foco em detectar o cultivo de coca, e ao longo dos rios, para interceptar contrabandistas. Caracas informou que reforços também estão sendo deslocados para áreas conhecidas como “rotas do narcotráfico”.
O movimento ocorre em um momento de aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. O presidente Donald Trump ordenou o envio de 10 caças F-35 para Porto Rico, somando-se a oito navios de guerra e cerca de 4.500 marinheiros e fuzileiros navais já posicionados na região.
Washington afirma que a operação é voltada contra redes de narcotráfico que, segundo autoridades americanas, estão ligadas ao governo de Nicolás Maduro. O Departamento de Justiça dos EUA chegou a indiciar Maduro e outros altos funcionários venezuelanos por acusações de tráfico de drogas, oferecendo até US$ 50 milhões pela captura do presidente e US$ 15 milhões por Padrino.
As tensões entre Caracas e Washington estão em alta. No início deste mês, um ataque com mísseis dos EUA afundou um barco que, de acordo com a Casa Branca, pertencia a traficantes venezuelanos. O episódio deixou 11 mortos, que Maduro descreveu como “pais de família assassinados pelos EUA”. Grupos de direitos humanos também criticaram a operação, alertando para os riscos a civis.
Poucos dias depois, caças venezuelanos sobrevoaram próximo a um destróier americano, em manobra considerada provocativa. Trump reagiu afirmando que, caso os aviões voltem a ameaçar as forças dos EUA, serão abatidos.
Enquanto isso, a Colômbia expressou preocupação com a instabilidade na fronteira, e nações caribenhas questionam até onde as operações americanas podem se estender. Analistas alertam que o risco de escalada militar aumenta caso não haja diálogo entre os dois países.