Entre janeiro e maio de 2025, 41,2% das tentativas de fraude evitadas por tecnologias de autenticação e prevenção envolveram biometria facial e uso de documentos, totalizando 2,38 milhões de ocorrências.
Os dados são do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian e revelam um aumento de 28,3% em 12 meses, o equivalente a uma média de 11 tentativas por minuto.
Estratégias dos golpistas
Segundo especialistas, criminosos têm se aproveitado da confiança em métodos legítimos de autenticação para aplicar golpes sofisticados.
A partir de selfies e imagens de documentos pessoais, muitas vezes coletadas em redes sociais ou aplicativos de mensagens, fraudadores se passam por outras pessoas e conseguem liberar empréstimos, abrir contas bancárias ou contratar serviços financeiros sem o conhecimento da vítima.
O uso de fotos e documentos digitais, que deveriam servir como forma de validação, acaba funcionando como uma “senha” altamente vulnerável, caso não seja bem protegida.
Como funciona o golpe
Os golpistas costumam se passar por empresas ou representantes de serviços públicos, pedindo fotos de rosto ou documentos para supostos cadastros.
Em outros casos, criam sites falsos ou enviam links e QR Codes que acionam a câmera do celular para capturar a biometria da vítima. Com esses dados, aliados a informações vazadas, tentam burlar os processos de autenticação.
Recomendações para consumidores
- Evitar enviar fotos do rosto ou gravações de voz por redes sociais, e-mail ou aplicativos de mensagens.
- Não permitir que terceiros façam fotos ou digitalizem documentos sem motivo legítimo e em ambientes seguros.
- Desconfiar de pedidos inesperados de “atualização de cadastro”.
- Cadastrar biometria apenas em aplicativos e sites oficiais.
- Verificar se a empresa realmente utiliza biometria como autenticação.
- Manter o celular atualizado para reduzir falhas de segurança.
- Ativar autenticação em dois fatores sempre que possível.
Recomendações para empresas
- Investir em soluções de segurança em camadas, como biometria, geolocalização e validação de dispositivos.
- Utilizar tecnologias que incluam verificação de vivacidade (liveness) para evitar uso de imagens falsas.
- Monitorar indicadores como cobertura, precisão e tempo de resposta da biometria facial.
- Reforçar a verificação documental com inteligência artificial e bases confiáveis.
- Promover treinamentos para colaboradores, clientes e parceiros sobre riscos de engenharia social.
Segurança digital como prioridade
Para especialistas, a prevenção de fraudes deve ser encarada como parte da experiência do usuário, equilibrando segurança e praticidade.
A conscientização sobre os riscos da exposição biométrica é vista como passo fundamental para evitar prejuízos financeiros e preservar a identidade digital.