A rotina de risco enfrentada por milhares de peconheiros na Amazônia ganhou hoje um novo capítulo. Durante visita à região, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conheceu pessoalmente o projeto AçaíBot, o primeiro robô do mundo desenvolvido especialmente para a colheita de açaí — uma solução 100% brasileira criada para transformar segurança, produtividade e inclusão social no campo.
Um problema histórico que começa a ser resolvido
A colheita tradicional do açaí exige que peconheiros subam até 20 metros de altura, usando apenas a peconha para alcançar os cachos. O método, passado de geração em geração, é também fonte de inúmeros acidentes, lesões graves e até mortes.
Além disso, em muitas comunidades remotas, crianças chegam a participar da colheita, expondo-se ao risco por necessidade econômica familiar.
O jovem consultor em plantio de açaí, Paulo Herculano, apresentou nas redes sociais um protótipo de robô criado para automatizar a colheita. O equipamento, chamado de AçaíBot, escala as palmeiras e realiza parte do processo sem a necessidade de alguém subir na árvore.
Tecnologia para transformar a Amazônia de dentro para fora
Desenvolvido com engenharia nacional e já apto a financiamento via PRONAF, o AçaíBot é um marco para a agricultura familiar e para a bioeconomia amazônica. Com capacidade de alcançar a copa das palmeiras de forma automatizada, o equipamento:
- Elimina o risco de quedas ao substituir a escalada manual
- Mantém crianças na escola e evita o trabalho infantil na colheita
- Gera vagas de trabalho qualificado na própria comunidade, com formação técnica em operação e manutenção de robôs
- Aumenta a produtividade dos extrativistas, reduzindo perdas e otimizando o tempo de coleta
- Fortalece a floresta em pé, tornando o manejo sustentável mais competitivo que atividades predatórias
Uma virada de página para os extrativistas da Amazônia
Para comunidades que dependem do açaí como principal fonte de renda, o AçaíBot representa mais que Inovação tecnológica — representa dignidade, futuro e segurança.
“É uma transformação social. Quando a tecnologia chega à floresta para proteger vidas, gerar renda e educação, ela muda a história das famílias que vivem do açaí”, afirmou Paulo Herculano, consultor especializado em plantio de açaí e idealizador do projeto.
O anúncio despertou grande interesse entre produtores rurais, que acompanharam demonstrações do robô durante a programação desta sexta-feira. O equipamento segue em fase de testes avançados, com previsão de distribuição ampliada nos próximos meses.
Bioeconomia na prática
Com a possibilidade de financiamento via PRONAF, pequenos produtores passam a ter acesso a uma tecnologia antes inimaginável para o extrativismo amazônico. O investimento, segundo especialistas, equivale a apenas 0,5 hectare de produção de açaí em idade produtiva, um valor considerado acessível para cooperativas e agricultores familiares.
Repercussão entre produtores
A postagem viralizou rapidamente. Nos comentários, produtores e especialistas elogiaram a inovação e sugeriram melhorias:
“Fantástico o equipamento! Se tivesse um coletor para evitar a perda dos frutos, reduziria perdas de forma eficaz e barata.”
“Ideia fantástica. Vai ajudar a aumentar a colheita e o faturamento dos produtores.”
Também houve ponderações técnicas:
“O robô não distingue frutos podres. Para isso, o trabalho manual ainda é mais preciso.”



















