Os consumidores norte-americanos podem enfrentar uma nova onda de aumentos de preços nos próximos meses, com a entrada em vigor da mais recente rodada de tarifas impostas pelo governo do presidente Donald Trump. A medida, que começou a valer à meia-noite de quinta-feira, eleva a tarifa média dos EUA ao maior patamar desde a Grande Depressão, de acordo com análise publicada pelo The Washington Post.
Com as novas taxas, itens essenciais como roupas, sapatos, alimentos e carros podem sofrer reajustes significativos, refletindo o impacto das tarifas sobre os custos de importação. Segundo o Budget Lab da Universidade de Yale, a política tarifária poderá custar em média US$ 2.400 por ano às famílias americanas.
“As tarifas deixaram de ser provisórias para serem permanentes – e isso muda a forma como as empresas americanas vão responder”, afirmou Justin Wolfers, professor de economia da Universidade de Michigan ao jornal. “Você vai começar a ver preços mais altos assim que as empresas se convencerem de que isso vai durar – e esse relógio começa hoje.”
Impacto direto no bolso do consumidor
De acordo com as estimativas do Budget Lab:
- Sapatos e bolsas de couro podem ficar 39% mais caros.
- Roupas podem sofrer um aumento de até 37%.
- Produtos frescos como frutas e vegetais devem subir até 7%.
- Alimentos em geral podem ter aumento de mais de 3%.
- Carros novos devem custar cerca de 12% a mais, o que representa US$ 6.000 adicionais em média por veículo.
As tarifas impostas variam conforme o país: 50% sobre importações do Brasil e da Índia, enquanto a União Europeia e o Japão enfrentam tarifas de 15%. A medida visa pressionar países a relocalizarem a produção para os EUA, principalmente em setores como semicondutores e produtos farmacêuticos, que devem ser alvos de novas tarifas específicas nas próximas semanas.
Estoques em queda e varejo pressionado
Grandes redes varejistas como Costco, Target e Williams-Sonoma vinham conseguindo mitigar os impactos iniciais ao utilizar estoques adquiridos antes da implementação das tarifas. No entanto, analistas alertam que essas reservas estão se esgotando rapidamente, e os reajustes de preços nas prateleiras podem se tornar inevitáveis nas próximas semanas.
Com a nova rodada de tarifas, especialistas esperam um aumento de pressão inflacionária, em um momento em que os consumidores já enfrentam desafios com o custo de vida e crédito mais restrito.