O Sistema de Gerenciamento de Tecnologia para a Saúde (GETS), desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), completa 15 anos de uso com resultados expressivos na gestão de equipamentos odonto-médico-hospitalares em instituições de saúde de todo o país.
Criado por um docente e dois pesquisadores, o software permite monitorar o ciclo de vida e o histórico de manutenções dos aparelhos, oferecendo indicadores que auxiliam na tomada de decisões e na prevenção de falhas.
O GETS utiliza nomenclatura padronizada de equipamentos e procedimentos de engenharia clínica. A partir dos dados inseridos, gera relatórios que indicam, por exemplo, quais aparelhos apresentam alto índice de falhas ou elevado custo de manutenção. Somente no último ano, seis novas instituições passaram a usar a tecnologia, com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp, totalizando mais de 170 unidades de saúde atendidas.
Origem e desenvolvimento
A ideia do sistema surgiu no início dos anos 2000, quando o professor José Wilson Bassani, então diretor do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp, identificou a falta de informações sobre o estado dos equipamentos da rede pública de saúde e a necessidade de formação mais abrangente para engenheiros clínicos.
O projeto foi desenvolvido no Laboratório Nacional para Gerenciamento de Tecnologia em Saúde e contou com a colaboração da engenheira clínica Ana Cristina Bottura Eboli e do analista de sistemas Éder Trevisoli da Silva. O trabalho recebeu apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério da Saúde, sendo posteriormente registrado pela Unicamp.
Aplicação e impacto
O sistema é utilizado em hospitais e unidades de saúde de diferentes regiões do Brasil. Entre os usuários mais recentes estão a Fundação Hemocentro de Brasília, o Hospital Municipal de Diadema e a Rede Municipal Doutor Mário Gatti de Campinas.
Além de auxiliar na gestão diária, o GETS gera um banco de dados nacional que pode ser usado para pesquisas e análises sobre o parque tecnológico hospitalar brasileiro.
Desafios e perspectivas
Segundo Eboli, responsável pela implantação e treinamento nas instituições, os principais desafios para expansão do programa incluem a necessidade de mais mão de obra para desenvolver novas funcionalidades e o constante trabalho para gerenciar o armazenamento de dados.
A expectativa, no entanto, é ampliar a presença do GETS e aprofundar o mapeamento de equipamentos de saúde no país.