O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal. A escolha, antecipada por fontes no Palácio da Alvorada, reforça o perfil técnico buscado pelo governo para a Corte. Aos 44 anos, Messias chega ao centro do debate jurídico nacional após uma trajetória marcada pela atuação discreta, sólida e estratégica dentro do Executivo. Mas quem é o jurista que pode se tornar o próximo ministro do STF?
Jorge Rodrigo Araújo Messias, 44 anos, é advogado, professor e servidor de carreira. Ele ganhou projeção nacional ao assumir funções estratégicas no governo federal e tornou-se um dos quadros jurídicos mais respeitados dentro do PT. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Messias é mestre pela mesma instituição e atualmente doutorando em Direito do Estado. Ao longo da carreira, atuou como assessor jurídico no Senado e no Poder Executivo, além de ter ocupado o cargo de secretário de Assuntos Jurídicos da Presidência da República durante o governo Dilma Rousseff.
Desde 2023, Messias está à frente da Advocacia-Geral da União (AGU), onde conduz temas de alta sensibilidade para o governo, incluindo ações sobre Políticas públicas, disputas ambientais, conflitos federativos e contencioso estratégico da União. Nos bastidores de Brasília, é visto como um profissional de perfil técnico, negociador habilidoso e com forte compromisso institucional. Reportagens do g1 e da Agência Brasil apontam que Messias tem desempenhado papel central na reestruturação de políticas suspensas pelo Judiciário e na defesa de decretos presidenciais, consolidando sua influência na área jurídica do governo.
A escolha
A escolha de Messias para o Supremo Tribunal Federal atende a critérios definidos pelo próprio presidente Lula, segundo fontes ouvidas pela CNN Brasil. Entre os nomes avaliados, ele era considerado o mais preparado e alinhado ao perfil buscado pelo presidente para a Corte. Pesaram na decisão sua trajetória jurídica sólida, o perfil discreto e institucional, a experiência em temas delicados da Federação — como meio ambiente, políticas sociais e gestão administrativa — e a relação de confiança construída ao longo de diferentes governos petistas. Interlocutores próximos ao Planalto também afirmam que Lula buscava evitar uma indicação que pudesse gerar resistência no Senado ou ampliar tensões políticas, como ocorreu em discussões mais recentes sobre a composição do tribunal.
Com o nome de Messias agora a caminho do Senado, o processo seguirá o rito tradicional. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) fará a sabatina, etapa em que o indicado será questionado sobre sua carreira, suas posições jurídicas e sua visão sobre temas constitucionais sensíveis. Depois, a comissão votará se aprova ou rejeita a indicação. Em seguida, o plenário do Senado dará a palavra final, exigindo maioria absoluta — ao menos 41 votos favoráveis. Análises publicadas por Folha de S.Paulo e Estadão apontam que Messias não enfrenta, neste momento, resistências relevantes entre líderes partidários, embora sua proximidade com o presidente deva ser explorada durante a sabatina.
Se confirmado, Jorge Messias deve reforçar no STF a ala considerada garantista, associada à defesa das liberdades individuais e das prerrogativas constitucionais. Sua atuação poderá influenciar debates que vão desde políticas ambientais e direitos sociais até economia verde, novas regras fiscais, regulação de plataformas digitais, temas federativos e questões envolvendo povos indígenas. A indicação também representa mais um passo de Lula na reconfiguração gradual da Corte, influenciando sua composição e seus rumos institucionais pelos próximos anos.






















