O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês) foi oficialmente lançado nesta quinta-feira (6) durante a cop30, em Belém (PA), com um aporte inicial de US$ 5,5 bilhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o novo mecanismo, que busca financiar a preservação das florestas tropicais por meio de investimentos públicos e privados.
Logo após o anúncio, Noruega, Indonésia e França confirmaram suas contribuições — de US$ 3 bilhões, US$ 1 bilhão e US$ 500 milhões, respectivamente — somando-se ao aporte de US$ 1 bilhão feito pelo governo brasileiro.
Modelo de investimento combina recursos públicos e privados
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o TFFF inova ao adotar um modelo de investimento em vez de doações. “Há aporte de capital de investidores, que serão remunerados por uma taxa básica. Esses recursos financiarão projetos definidos pelo comitê gestor, e a diferença entre a taxa paga ao investidor e a cobrada do tomador será usada para custear serviços ambientais”, explicou.
O ministro destacou que o modelo cria uma estrutura financeira sustentável, com regras que garantem a manutenção das florestas e impõem penalidades a países que descumprirem as metas de preservação.
Participação de povos indígenas e comunidades locais
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ressaltou que 20% dos pagamentos pelos serviços ambientais serão destinados diretamente a povos indígenas e comunidades tradicionais. “Os povos indígenas tiveram uma participação ativa na construção desse mecanismo”, afirmou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou o avanço do projeto em um curto período de tempo. “Estou muito feliz de ver chefes de Estado de todo o mundo reconhecendo que esta é a COP da implementação — e o TFFF é um exemplo concreto disso”, afirmou.
Lula defende valorização das florestas em pé
Durante o lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância econômica e ambiental das florestas tropicais. “As florestas valem mais em pé do que derrubadas. Elas deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos precisam ser remunerados, assim como as pessoas que as protegem. Os fundos verdes internacionais ainda não estão à altura do desafio”, declarou.
Expansão internacional e novos aportes previstos
O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício Lyrio, informou que 53 países já endossaram a declaração de apoio ao TFFF. Entre eles estão Alemanha, Canadá, China, Japão, Reino Unido, Portugal, Suécia e os Emirados Árabes Unidos, além da União Europeia.
Lyrio também antecipou que a Alemanha deve anunciar um novo aporte nesta sexta-feira (7), fortalecendo o fundo e ampliando sua base de cooperação internacional.
Com informações da Agência Brasil.






















