A moda circular tem se consolidado como uma abordagem estratégica para repensar a produção e o consumo no setor têxtil da América Latina.
Iniciativas voltadas ao reaproveitamento de resíduos, ao uso de materiais reciclados e à implementação de modelos de revenda e aluguel vêm ganhando espaço em empresas do varejo e da indústria da moda, com foco na inovação e na sustentabilidade.
Brasil amplia práticas de reaproveitamento e design sustentável
No Brasil, o movimento em direção à circularidade vem sendo impulsionado por parcerias entre varejistas e fornecedores.
As ações incluem o uso ampliado de fibras recicladas, desenvolvimento de sistemas próprios de logística reversa e a criação de produtos com design voltado ao reuso e ao descarte ambientalmente responsável.
Segundo Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), esse processo representa uma transformação estratégica.
“A circularidade é uma oportunidade para redesenhar processos com foco em eficiência, inovação e propósito. Estamos vendo um número crescente de empresas adotando soluções que unem qualidade, responsabilidade e competitividade”, afirma.
Modelos inovadores ganham espaço nas cidades
Entre as práticas adotadas estão a extensão do ciclo de vida das peças, o reaproveitamento de materiais têxteis, o estímulo ao consumo consciente e o uso de tecnologias que permitam rastreabilidade e recomposição de insumos.
Modelos de negócio como revenda, aluguel e customização de roupas também estão sendo testados em centros urbanos, com boa aceitação do público.
A ABVTEX destaca que o fortalecimento da circularidade depende de integração entre os diversos agentes da cadeia produtiva — da matéria-prima ao consumidor — e da valorização de produtos duráveis, com uso mais eficiente dos recursos.
Demanda por responsabilidade acelera mudanças
O aumento da atenção de investidores e consumidores a critérios ambientais, sociais e de governança (ASG) tem contribuído para mudanças estruturais nas operações do setor.
A circularidade, nesse contexto, surge não apenas como resposta às exigências regulatórias internacionais, mas também como uma estratégia de diferenciação no mercado.
Para a ABVTEX, políticas públicas de incentivo, investimento em Tecnologia e infraestrutura, desenvolvimento de fornecedores e colaboração entre países da região são essenciais para escalar iniciativas circulares.
“O setor de moda tem potencial para liderar soluções inovadoras com impacto social e ambiental positivo”, destaca Lima.
