Alunos do Ensino Fundamental até o Ensino Médio do interior do Amazonas, aos grandes centros e capitais do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, despontando com projetos inovadores de empreendedorismo e conscientização financeira a partir de ideias que nascem da sala de aula.
Essa é uma realidade presente em escolas públicas de todo o Brasil a partir do projeto com jogos de Educação Financeira, do Instituto Brasil Solidário (IBS), que este ano, alcança a marca de mais de 1 milhão de alunos beneficiários em escolas de todo o país.
Com ações do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS), alcançando 292 municípios nos 26 estados do país, o projeto já representa 3,5% do total de alunos da rede pública nacional (Ensino Fundamental e Médio).
Envolvendo desde a formação gratuita para os educadores até a doação do material com os jogos Piquenique e Bons Negócios (o primeiro, de tabuleiro; o segundo, de cartas), a proposta segue expandindo e se consolidando como uma poderosa ferramenta pedagógica nas mãos de professores e gestores públicos da área da educação.
Em São Paulo, a iniciativa conta com adesão em 12 municípios, representando participação de 3,10% dos alunos de toda a rede pública do município, com educadores já atuando como mediadores e apontando soluções e conceitos práticos da educação financeira para a melhoria de suas comunidades.
Os resultados alcançados no chão da escola, com histórias de alunos que não só melhoraram seu desempenho escolar, como se tornaram empreendedores sustentáveis reconhecidos em suas comunidades, se tornou exemplo e referência para além das fronteiras, possibilitando a exportação do conhecimento para países vizinhos, como Chile, Colômbia e Uruguai, num material todo adaptado para o espanhol.
Monitoramento e Resultados de Impacto
Num país em que se aponta um dado alarmante, com recorde registrado de 79% das famílias brasileiras endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo, fomentar a educação financeira, o consumo consciente e o planejamento familiar tem sido uma vertente cada vez mais essencial dentro das propostas educacionais.
Mas, como falar de educação financeira em sala de aula, quando por gerações não tivemos a oportunidade de entender e colocar em prática os conceitos básicos desse tema em nosso lar e comunidade?
Diante dessa realidade e os desafios apresentados pelos próprios profissionais da educação, o Projeto “Jogos de Educação Financeira”, focou numa abordagem de metodologia ativa de aprendizagem, com uso de um material lúdico, didático e alinhado à BNCC, incluindo todo o suporte, acessibilidade em libras e apoio pedagógico através das formações oferecidas de forma gratuita para os educadores da rede pública de ensino.
Em avaliação realizada em 2022 pelo Plano CDE, o projeto apontou que 86% dos professores ressaltaram que a formação do IBS trouxe uma nova perspectiva em relação ao ensino e as possibilidades de implementação de projetos de educação financeira na escola, com 90% expressando já se sentirem motivados a iniciarem seus projetos na escola de atuação.
Esse resultado efetivo de mobilização imediata, reflete também na forma como os professores passaram a ter segurança em trabalhar a temática com seus alunos, que segundo a avaliação, quase 80% dos participantes afirmaram se sentir mais preparados e com domínio muito maior de assuntos como o consumo consciente, poupança, orçamento e os conceitos de educação financeira.
Além disso, houve um aumento considerável sobre o conhecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, chegando ao total de 95% dos professores beneficiários e uma margem de 92% que se sentem familiarizados com a educação financeira como parte da BNCC.
Os impactos da falta de planejamento e conhecimentos financeiros ainda prejudicam a saúde mental dos brasileiros e é uma das maiores causas da evasão escolar.
Com seus conceitos básicos de Educação Financeira e finanças pessoais, além de representar um salto de qualidade para o ensino público, os jogos transformam vidas de alunos, professores e seus familiares, pois conseguiram alterar conceitos e percepções na forma como se lida com o dinheiro e consumo.
“Falar de Educação Financeira é tratar também sobre a economia sustentável, a importância das energias renováveis, do cuidado com o meio ambiente. Então, estamos falando de um tema transversal que precisa ser reforçado dentro das escolas. Esse conhecimento tem mudado o comportamento dos alunos e as realidades de suas famílias”, afirma o presidente do IBS, Luis Salvatore.
Para além dos números
O projeto tem somado histórias de transformação e impacto social, envolvendo diversas frentes.
A primeira delas é o Ensino à Distância (EaD), que fornece formações gratuitas a educadores, além da doação de todo material didático e um formato de sala de aula invertida com mentorias.
Nas escolas da capital paulista, o projeto tem se fortalecido em parceria com a Diretorias regionais, com atividades já implementadas na rede atendida pela Diretoria Centro, Centro Sul e Centro Oeste, com educadores que vem se destacado nas propostas repletas de criatividade, envolvendo desde o incentivo à leitura.
Bem como, a alimentação saudável até a educação ambiental, incluindo um desfile dos alunos com uso de materiais recicláveis, apontando várias alternativas de reuso e economia sustentável que podem ser replicadas dentro e fora de sala de aula.
Já em Santos (SP), os educadores e alunos do município, vem esbanjando talento nas produções feitas à mão, incluindo adaptações das cartinhas dos Jogos Piquenique e Bons Negócios para o contexto cultural da região.
Tem carta produto se tornando “Carta Experiência” com direito a passeios e pratos típicos locais e até uma opção de carta “PIX”, modernizando o pagamento nas rodadas dos jogos.
“É sem comparação, a maneira como a Educação Financeira é apresentada através do projeto, o mais interessante é que podemos falar de um tema tão relevante de forma divertida, mexendo com a imaginação dos alunos, além dos conceitos passados no curso, o objetivo é saber usar o dinheiro de forma consciente, a fim de trazer qualidade de vida às pessoas”, destaca o professor Jefferson.
Em Amparo (SP), a proposta já faz parte do currículo escolar com participação de toda a rede de educadores do município.
Na região, as escolas têm trabalhado com projetos sustentáveis como o “Troca do Bem”, onde os alunos trocam embalagens plásticas por uma moeda própria da escola, que serve como recurso para a “lojinha” repleta de materiais escolares, até ações integradas com os familiares dos alunos, jogando e aprendendo com seus filhos de forma leve e dinâmica sobre os conceitos de educação financeira.
Inovação e aliança inédita
- Educação Financeira de forma interdisciplinar:
A inovação esteve presente desde os primeiros passos do projeto ao longo de toda a sua trajetória.
Com 320 cruzamentos já identificados com a BNCC, os jogos incluem em seus componentes temas como alimentação saudável, economia de energia, mobilidade urbana, cidadania, reciclagem, energias renováveis – que passam a fazer parte do cotidiano dos alunos, se incorporando às suas rotinas.
- Aliança pela Educação Financeira:
Conta com a parceria de instituições privadas (algumas delas vistas até como concorrentes), que se uniram em torno de um propósito: o de contribuir para a formação de gerações mais conscientes financeiramente, pois isso gera mais oportunidades e desenvolvimento social e econômico.
A Aliança conta com nomes como o Bank of America, Citi Foundation, Instituto XP, Bayer, B3 Social, Ypê, Seacrest Petróleo, Grupo Ultra, John Deere, Machado Meyer Advogados, Veirano Advogados, Palmeirinha Ação Social e Companhia Petroquímica do Nordeste (COPENOR) e também com importantes doações de pessoas físicas.
- Tecnologia e Acessibilidade:
Durante a pandemia, o jogo Piquenique foi adaptado para uma plataforma on-line, em formato de game. O Piquenique On-line está disponível no endereço piquenique.com.br nas versões em português e espanhol.
Em 2022, fortalecendo a inclusão e acessibilidade dos estudantes, começou o projeto-piloto de Libras para o jogo, em parceria com a Escola Municipal de Ensino Fundamental Especial (EMEFE) Caminhos do Aprender, de Bento Gonçalves/RS, além dos conteúdos na plataforma formativa EAD, com uso da ferramenta HandTalk.
Inscrições gratuitas para novos municípios
Em 2023, o projeto segue para uma nova etapa de expansão em municípios de qualquer Estado.
As cidades interessadas podem entrar em contato por meio do Instagram oficial do projeto @vamosjogareaprender ou @brasilsolidario, onde há o link para o formulário de interesse e inscrição: https://forms.office.com/r/74Y7MziKPN
O projeto possui um portal reunindo tudo sobre os jogos, com vídeos, tutoriais, dicas sobre finanças e planos de aula. Acesse: www.vamosjogareaprender.com.br