Segundo estudo realizado pela consultoria de serviços financeiros UBS, o mercado global de produtos e serviços por assinatura deve atingir US$ 1,5 trilhão até 2025 – mais do que o dobro dos 650 bilhões registrados em 2020.
Números que consolidam o segmento como um dos que mais crescem no mundo.
De onde vem todo esse desenvolvimento?
Streaming, conteúdo, software em nuvem e serviços de delivery são as categorias mais bem-estabelecidas, mas não são as únicas.
Praticamente todas as indústrias – de produtos físicos a digitais – estão criando formas de aproveitar os benefícios do pagamento recorrente.
Serviços ou produtos por assinatura incomuns
Abaixo estão listados cinco exemplos de produtos que há pouco tempo quase ninguém imaginava contratar por assinatura.
1) Passagens aéreas
A companhia aérea norte-americana Alaska Airlines lançou em 2022 o serviço Flight Pass.
A empresa oferece assinaturas mensais que dão direito a um determinado número de viagens por ano.
No plano de entrada, por US$ 49, é possível ter acesso a seis voos (ida e volta), reservados com pelo menos 15 dias de antecedência.
Mas para quem deseja agendar e voar no mesmo dia, o site oferece o plano Flight Pass Pro por US$ 199 mensais.
Já para aqueles que viajam com frequência, a assinatura garante passagens mais acessíveis e sem risco de flutuação de preços.
2) Celulares
Com o objetivo de democratizar o acesso à tecnologia, a startup brasileira Leapfone, lançada em 2021, oferece planos de celular por assinatura.
A partir de R$ 118 mensais, é possível ter acesso a um smartphone com proteção completa contra roubo, furto e danos físicos, mas também tem a possibilidade de trocar de aparelho a cada 12 meses.
O modelo é vantajoso principalmente para quem troca de celular com frequência, costuma contratar seguro ou deseja poupar o limite do cartão de crédito, uma vez que o valor anual sai pela metade do preço cobrado no varejo.
3) Roupas
Visando promover um consumo de moda mais sustentável e acessível, a startup brasileira Clo.Rent, lançada em 2018, oferece aluguel de roupas por assinatura.
No plano de entrada, por R$ 189 mensais, os clientes recebem três peças por mês.
Mas no fim do período, os itens são trocados por novas peças.
A solução é atraente para quem deseja estar sempre na moda, com o guarda-roupa atualizado e, claro, gastando pouco.
4) Medicamentos
Praticamente tudo que compramos e consumimos de forma recorrente faz sentido em uma assinatura.
É até estranho pensar que a modalidade demorou tanto para chegar nas farmácias.
Nos Estados Unidos, a assinatura de medicamentos já é uma realidade, com diversas empresas atuando no segmento.
Dessa forma, a startup PillPack vai além e entrega todos os medicamentos do paciente já agrupados em embalagens individuais e organizados por data e horário de ingestão.
O serviço também entra em contato com os médicos para atualizar receitas e ainda cobra o reembolso direto do plano de saúde.
Como diz o meme: Please come to Brazil!
5) Serviços jurídicos
Honorários jurídicos nem sempre são acessíveis para pequenas empresas.
Além disso, muitas vezes são pouco previsíveis.
Diversas legaltechs estão surgindo para atender a essa demanda, entre elas a startup norte-americana BizCounsel.
A empresa oferece assinaturas a partir de US$ 129 mensais em troca de serviços jurídicos.
Mas o plano intermediário dá direito a consultas com advogados a qualquer momento, preços tabelados para execução de processos, revisão de dois contratos de até 15 páginas e duas cobranças de dívidas, além de outros benefícios.
Toda indústria pode ser “as a Service”
Basta procurar: já é possível encontrar todo tipo de serviço ou produto sendo comercializado por assinatura.
Se a sua empresa não está acompanhando essa tendência e desenhando soluções para vender de forma recorrente, é possível que esteja deixando na mesa uma boa fatia do bolo da economia do futuro.
*Por Stephanie Peart: empreendedora e head da Leapfone, startup do segmento de Phone as a Service, que permite que mais brasileiros tenham acesso a smartphones poderosos por meio de assinaturas de aparelhos novos e “como novos”.