A Mercedes-Benz entregou 175 ônibus elétricos à Prefeitura de São Paulo entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, no entanto, os veículos permanecem parados devido à falta de infraestrutura elétrica nas garagens. Essa situação impediu o pagamento integral pela frota, uma vez que a administração municipal remunera apenas os veículos que estão efetivamente em operação.
A problemática se deve à ausência do fornecimento de energia necessário para o carregamento dos ônibus, cuja responsabilidade recai sobre a Enel Distribuição São Paulo. Em nota, a Mercedes-Benz informou que a empresa ainda não recebeu os valores correspondentes à entrega da frota. A montadora também propôs ajustes no modelo de subvenção à prefeitura, com o intuito de viabilizar a transição energética de forma mais eficiente.
A gestão municipal reiterou que aguarda a Enel assumir suas responsabilidades e implementar a infraestrutura necessária. A prefeitura destacou que os ônibus são responsáveis por aproximadamente 47% das emissões de poluentes na capital paulista e que, desde 2022, está proibida a inclusão de novos veículos a diesel na frota.
Atualmente, apenas 527 ônibus elétricos estão em circulação em São Paulo. A administração municipal afirma que esse número poderia ser significativamente maior caso a Enel cumprisse suas obrigações regulatórias.
Em resposta, a Enel comunicou que, desde 2024, já disponibilizou uma infraestrutura com capacidade de 32,3 MW. A empresa ressaltou que a construção da infraestrutura externa é de sua responsabilidade, enquanto a interna deve ser realizada pelos operadores. A Enel mantém reuniões semanais com representantes da SPTrans e empresas de transporte para acompanhar o andamento dos projetos.
Além disso, a concessionária enfatizou que o tempo de instalação da infraestrutura varia de acordo com a complexidade de cada demanda, e destacou que os contratos são firmados somente após a entrega da documentação completa por parte das operadoras.
Apesar das explicações apresentadas, a situação revela um gargalo estrutural que impede o avanço da frota elétrica na maior cidade do Brasil e compromete os planos da prefeitura para a redução de emissões de poluentes no Transporte público.