Investigação da PF sobre PCC cita Gusttavo Lima e Valdemiro Santiago

Operação Mafiusi investiga esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado, com transações suspeitas envolvendo figuras públicas

Gusttavo Lima

Record TV Goiás/Wikimedia Commons

A Operação Mafiusi, conduzida pela Polícia Federal, investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro supostamente vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação revelou transações financeiras suspeitas ligadas a diversas pessoas e empresas, incluindo o cantor Gusttavo Lima, o pastor Valdemiro Santiago e o empresário Adilson Oliveira Coutinho Filho.

Operação Mafiusi

A investigação apura a existência de um sistema financeiro paralelo operado por criminosos para ocultar recursos ilícitos. A estrutura envolvia empresas de fachada e a intermediação de bens de alto valor, como aeronaves, veículos e imóveis.

Segundo relatórios da PF, o empresário Willian Barile Agati, conhecido como “concierge do PCC”, seria um dos responsáveis pela movimentação de milhões de reais dentro dessa estrutura.

A operação foi iniciada após delações que indicavam que o grupo criminoso mantinha conexões internacionais, envolvendo a máfia italiana e outros grupos do crime organizado. Entre os métodos utilizados, estavam a compra e venda fictícia de bens e o uso de contas bancárias de terceiros para dificultar o rastreamento das transações.

Gusttavo Lima e as investigações

O nome do cantor Gusttavo Lima apareceu na investigação devido a transações financeiras entre sua empresa, Balada Eventos, e companhias ligadas ao esquema. A PF identificou repasses de mais de R$ 57 milhões para uma empresa controlada por Maribel Schmitz Golin, apontada como parceira de Agati.

Polícia federal
Investigação da PF sobre PCC cita Gusttavo Lima e Valdemiro Santiago (Imagem: Scott Rodgerson/Unsplash)

A assessoria do cantor nega qualquer envolvimento em atividades ilícitas e afirma que a transação investigada diz respeito à compra legal de uma aeronave. Até o momento, Gusttavo Lima não foi indiciado, mas poderá ser chamado para prestar esclarecimentos.

A investigação também levanta questionamentos sobre a movimentação financeira da empresa do cantor, que teve repasses volumosos sem uma justificativa econômica clara. No entanto, ainda não há indícios concretos que liguem o sertanejo ao esquema criminoso.

Outras figuras citadas na Investigação

Além de Gusttavo Lima, outras personalidades aparecem no relatório da PF:

NomeEnvolvimento Apontado
Valdemiro SantiagoTransferências suspeitas entre sua igreja e empresas investigadas
Adilson Oliveira Coutinho FilhoRelações financeiras com o esquema de lavagem de dinheiro
Maribel Schmitz GolinEmpresas que movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão em três anos

A PF destacou que as transações analisadas indicam um possível esquema de ocultação de patrimônio, onde empresas recebiam valores incompatíveis com suas atividades econômicas.

O que pode acontecer agora?

A 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, responsável pelo caso, seguirá com as investigações para determinar a extensão do esquema e os possíveis envolvidos. Até o momento, não há acusações formais contra Gusttavo Lima, Valdemiro Santiago ou Adilson Filho.

Os próximos passos incluem:

Esse tipo de investigação pode levar meses ou anos até que todas as informações sejam apuradas. Como já ocorreu em outros casos de grande repercussão, a Polícia Federal pode solicitar quebras de sigilo bancário e fiscal para aprofundar as apurações.

Lavagem de dinheiro no Brasil

A principal estratégia utilizada por organizações criminosas para lavar dinheiro é a criação de empresas de fachada, que simulam atividades comerciais para justificar o recebimento e a movimentação de grandes quantias de dinheiro.

No caso da Operação Mafiusi, a PF identificou dezenas de empresas que apresentavam faturamento incompatível com suas operações reais.

A Operação Mafiusi segue em andamento, e novas revelações podem surgir. No entanto, é válido reforçar que, até o momento, não há provas concretas que liguem Gusttavo Lima ao esquema criminoso, apenas transações que precisam ser esclarecidas. De qualquer forma, o caso reforça a importância de investigações detalhadas para evitar uso indevido do sistema financeiro.

Fonte: Estadão

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