A confiança dos consumidores brasileiros apresentou um aumento pelo segundo mês consecutivo em abril de 2025, conforme revelam os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou uma alta de 0,5 ponto, alcançando 84,8 pontos.
A economista Anna Carolina Gouveia, do FGV IBRE, comentou que, apesar do avanço, a confiança do consumidor ainda recupera apenas 11% das perdas acumuladas nos três meses anteriores, de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025.
O crescimento da confiança em abril foi impulsionado por melhorias nas expectativas para o futuro, especialmente em relação à situação econômica local. O Índice de Expectativas (IE) subiu 0,7 ponto, totalizando 88,1 pontos. Em contraste, o Índice da Situação Atual (ISA) teve um leve aumento de 0,1 ponto, chegando a 81,1 pontos.
Entre os indicadores que refletem as perspectivas futuras, os dados mostram que a situação econômica local futura e a situação financeira da família tiveram ganhos significativos, com aumentos de 2,7 e 1,1 pontos, atingindo 102,0 e 85,8 pontos, respectivamente. Das métricas que avaliam o contexto atual, apenas uma apresentou crescimento: a situação econômica local atual, que subiu 0,7 ponto, para 91,9 pontos.
Apesar das melhorias pontuais, a confiança do consumidor ainda reflete um pessimismo generalizado, especialmente entre as famílias de menor renda. Gouveia destacou que esse sentimento se intensificou, resultando em um recuo pela quinta vez consecutiva entre as camadas mais baixas de renda.
De acordo com a FGV, o aumento na confiança em abril foi percebido apenas entre consumidores com rendas entre R$2.100,01 e R$9.600,00, enquanto aqueles com rendas superiores ou inferiores a esse intervalo apresentaram queda em seu otimismo.