O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avaliando a possibilidade de reduzir tarifas sobre produtos chineses importados, de acordo com fontes próximas ao assunto. Essa análise ocorre enquanto o governo aguarda novas negociações com Pequim, sem que qualquer decisão seja adotada unilateralmente.
As informações surgiram após reportagem do Wall Street Journal, que mencionou que a Casa Branca considera um corte nas tarifas de importação da China, atualmente fixadas em 145%, para um patamar entre 50% e 65%. Um funcionário da Casa Branca confirmou as informações, ressaltando que essas tarifas ainda seriam suficientemente altas para impactar significativamente o comércio entre as duas maiores economias do mundo.
Comentário de Donald Trump e Reações da Casa Branca
Em coletiva com jornalistas, Trump afirmou: “Faremos um acordo justo com a China”, embora não tenha dado detalhes sobre a reportagem mencionada. O porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, classificou quaisquer especulações sobre tarifas como “pura especulação”, a menos que venham diretamente de Trump.
Impactos das Tarifas no Comércio
O impacto das tarifas é visível: a transportadora alemã Hapag-Lloyd anunciou que 30% de seus embarques com destino aos Estados Unidos a partir da China foram cancelados. Em resposta, a China instituiu tarifas de 125% sobre importações dos EUA e outras medidas retaliatórias.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mencionou que ambos os países consideram as tarifas atuais insustentáveis, mas não especificou a agenda para o início das negociações. Além disso, fontes indicam que conversas entre os dois países sobre o combate à epidemia de fentanil ainda estão sem resultados.
Alternativas em Discussão
Segundo o Wall Street Journal, as discussões sobre as tarifas permanecem em aberto, com diversas opções em análise. Uma das propostas envolve uma abordagem escalonada, similar à sugerida pelo comitê da Câmara dos Deputados dos EUA no final do ano passado. Esta proposta sugere tarifas de 35% para produtos que não estão relacionados à segurança nacional, e pelo menos 100% para aqueles considerados estratégicos.
Além das tarifas sobre a China, Trump impôs uma tarifa de 10% sobre todas as importações, além de impostos mais altos sobre aço, alumínio e automóveis. As tarifas também variam para produtos específicos, impactando setores como farmacêuticos e semicondutores, o que tem gerado preocupações sobre o impacto nos mercados financeiros e um aumento no temor de recessão.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que as tarifas podem desacelerar o crescimento econômico e elevar a dívida global.