A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) manifesta publicamente sua contrariedade e indignação com a falta de transparência do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) no encaminhamento subterrâneo e na aprovação quase clandestina de matérias que aumentam os gastos com servidores do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da própria Assembleia e da Administração Direta.
Mas uma vez, no apagar das luzes do ano fiscal, os Poderes Constituídos ampliam as vantagens e benefícios de servidores públicos – eles próprios detentores de privilégios que nenhum outro trabalhador recebe – e aumentar ainda mais o já gigante aparelho administrativo.
É lamentável que desde o início da República, os gestores públicos, no Brasil, sejam conhecidos pelo seu caráter perdulário e a facilidade com que torram o dinheiro público.
Com desconcertante frequência, a sociedade recebe informações sobre excessos de gastos e o mau emprego do dinheiro público.
Agora, a sociedade fica estarrecida ao tomar conhecimento que os Poderes Executivo e Legislativo se associaram para processar e aprovar com interesseira celeridade 31 matérias (23 delas do Governo, as demais dos Poderes aquinhoados com duodécimos) que ampliam de forma indecente as já imensas facilidades funcionais de servidores públicos.
A ACIC admira a dedicação do funcionalismo barriga-verde e reconhece que algumas categorias necessitam de reajuste, mas lembra que Santa Catarina ainda vive em regime de pandemia, no qual milhares de pessoas foram atingidas, seja pela morte de familiares, pelo desemprego, pela falência de milhares de empresas, pela doença ou pela miséria.
Aproveitar um período de tamanho sofrimento para aprovar projetos dessa natureza é debochar da dor dos catarinenses em flagrante mostra de desprezo para com o dinheiro público, resultado dos suados impostos que a população todos os meses deposita no erário estatal.
A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) lamenta o comportamento tanto do Governo quanto da ALESC, apelando para que as mencionadas matérias sejam vetadas pelo chefe do Poder Executivo.
Os catarinenses não aceitam mais o descaso com o dinheiro público nesse momento em que a pandemia ainda não foi superada, o desenvolvimento econômico ainda não foi retomado, o desemprego não recua, trabalhadores e empresários sofrem com a recessão, faltam recursos para serviços públicos e obras essenciais.
A sociedade não aceita e o contribuinte não suporta continuar sustentando estruturas estatais que, por viverem na opulência, ignoram a realidade do País e nada fazem para deter o crescente desajuste fiscal e o descontrole dos gastos públicos.