O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou dois marcos de política internacional em rápida sequência: um acordo comercial com a China e, quase simultaneamente, a decisão de retomar os testes nucleares norte-americanos.
Pela manhã, durante sua visita à cidade de Busan, na Coreia do Sul, o Presidente Trump se reuniu com seu homólogo chinês, Xi Jinping, e revelou que o governo dos EUA concordou em reduz ir tarifas sobre produtos chineses de 57 % para 47 %, em troca de compromissos de Pequim no combate ao tráfico de fentanil, na compra de soja americana, e na suspensão temporária de controles à exportação de terras raras.
Poucas horas mais tarde, o Presidente Trump publicou em sua rede social (Truth Social) o comando dirigido ao Departamento de Defesa (referido como “Department of War”) para que os testes nucleares dos EUA sejam reiniciados imediatamente, “em igualdade” (“on an equal basis”) com os programas de testes de outras potências nucleares, em particular a Rússia e a China.
“Por causa dos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a começar a testar nossas Armas Nucleares em igualdade de condições. Esse processo começará imediatamente.” — Presidente Donald Trump.
A decisão marca uma ruptura significativa com a política vigente desde 1992, quando os EUA realizaram seu último teste nuclear explosivo.
Motivações citadas
O Presidente Trump apontou o rápido crescimento do arsenal nuclear chinês e os testes russos recentes (incluindo míssil de cruzeiro nuclear e torpedo nuclear-capaz) como fatores que exigem uma resposta dos Estados Unidos.
O anúncio de teste busca “manter a paridade estratégica” com potências nucleares e evitar que os EUA fiquem em desvantagem tecnológica ou de credibilidade.
Reações e impactos antecipados
Especialistas em controle de armas alertam que a reativação dos testes nucleares pode desencadear uma nova corrida armamentista, minar tratados internacionais de não-proliferação e gerar forte reação diplomática de países como China, Rússia e o bloco da Ásia-Pacífico.
“Único país a lançar bombas atômicas contra outro, Washington conhece bem os dilemas éticos, políticos e estratégicos que esse tipo de decisão acarreta à complexa arena geopolítica internacional”, alerta Victor Missiato, Analista político e Dr. em História.
“O cenário poderia ser amenizado com novos tratados que visassem restringir o uso e os testes de armas nucleares. Contudo, tais iniciativas parecem inviáveis enquanto as três maiores potências militares — Estados Unidos, Rússia e China — mantiverem-se em estado de tensão ou conflito iminente. Assim, enquanto Moscou se sentir ameaçada pela expansão da OTAN e Pequim interpretar o apoio norte-americano a Taiwan como provocação direta, a dissuasão nuclear continuará a ser um pilar estratégico na manutenção do equilíbrio global. Na pior hipótese, porém, esse mesmo equilíbrio pode se transformar em um gatilho para uma catástrofe de proporções apocalípticas”, complementa Missiato, que também é professor de História do Colégio Presbiteriano Mackenzie, Tamboré.
A China já pediu aos EUA que respeitem sua obrigação de manter o moratório de testes nucleares para preservar o equilíbrio estratégico global.
Próximos passos
O Pentágono disporá de breve cronograma para definir locais de teste e tipo de ensaio (explosivo, subterráneo, aéreo). O governo dos EUA anunciou que informará ao Congresso em breve.
Simultaneamente, a administração preparará os instrumentos formais do acordo com a China para ratificação ou homologaçao dos compromissos comerciais.
Sobre a China & Comércio
O acordo com a China inclui:
- Redução das tarifas de importação em produtos chineses de 57% para 47 %.
- Compromisso chinês de aumentar as aquisições de soja e outros produtos agrícolas dos EUA.
- Suspensão por 12 meses da aplicação de controles de exportação chineses sobre terras raras, usados na indústria de defesa e Tecnologia.
Declaração do Presidente
“Este foi um dia histórico. Ao tornar este grande acordo comercial com a China, estamos fortalecendo a economia americana. Simultaneamente, reafirmamos que os EUA permanecerão a potência nuclear mais forte e respeitada do mundo, capazes de competir em pé de igualdade com Rússia e China.” — Presidente Donald Trump












 
					








